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letícia corre pelo sonho dos jogos olímpicos da juventude

Aos 16 anos, a atleta da Orcampi, de Campinas, tem o apoio do Instituto CPFL para o desafio de tentar vaga na competição em 2018

Wander Roberto/Exemplus/COB

O desafio do fosso com água da corrida de obstáculos no II Jogos Sul-americanos da Juventude de Santiago em 2017 (Wander Roberto/Exemplus/COB)

A jovem fundista Letícia Almeida Belo tem o sonho de participar dos Jogos Olímpicos, a festa máxima do esporte mundial. E essa não é uma meta distante, já que a atleta está em busca da vaga para a Olimpíada da Juventude, pque terá garotos e garotas de até 17 anos, competindo em Buenos Aires, Argentina.

Letícia, nascida em Paraguaçu Paulista, interior de São Paulo, em 10 de março de 2001, é atleta da Orcampi, de Campinas, que tem o apoio do Instituto CPFL.

A jovem atleta corre os 1.500 m rasos, os 2.000 m com obstáculos e os 3.000 m rasos. Gosta de corridas mais longas, das chamadas provas de fundo em pista. E também disputa o cross country, praticado em percurso de terra e irregular.

Ainda menina, até os 12 anos, nadava. Convocada para disputar um biatlo, quando competia por Paraguaçu Paulista, revelou-se uma atleta de corrida. “O professor viu que eu corria bem e me chamou para fazer atletismo. Fiz um teste e comecei a treinar. No começo, eu fazia natação e atletismo, mas era muita coisa para mim porque eu também estudava. Então, optei pelo atletismo porque era onde eu me destacava mais”, conta.

Letícia tentou as provas de velocidade, mas tinha vocação para provas mais longas. “Eu não era tão rápida, mas eu tinha mais paciência para rodar.”

Letícia Belo e Alex arquivo pessoal

Letícia Belo e Alex arquivo pessoal

A jovem procurou a Orcampi, em Campinas, para se desenvolver na modalidade. Fez um teste com o técnico Alex Lopes, foi aprovada e começou a treinar. “Com um mês de treino eu competi no Brasileiro e peguei medalha. Corri os 1.000 m rasos e os 1.000 m com obstáculos e fui vice-campeã nas duas distâncias.”

Mas desde então Letícia acha que evoluiu muito mais – disputou os Jogos Sul-Americanos da Juventude de Santiago, neste mês de outubro de 2017 e, apesar de ter passado mal duramente a prova, foi 4ª nos 2.000 m com obstáculos (também ficou em 7º nos 3.000 m).

“Gosto do atletismo e vejo como o meu futuro. É claro que eu estudo, mas quero que o atletismo dê certo.”

Ela diz ter como espelho pessoas que são felizes e não desistem de seus objetivos. “O Daniel Nascimento, meu colega de clube e de cidade, não tinha nada quando saiu de Paraguaçu e hoje é um fenômeno. Admiro pessoas que têm objetivos e não desistem, apesar das dificuldades.”

Seus ídolos são a etíope Dibaba (Tiruneshe Dibaba, multicampeã mundial nos 5.000 m e 10.000 m e recordista mundial dos 5.000 m) e o britânico Mo Farah, multimedalhista olímpico e mundial em provas de fundo.

Estuda na Escola Adalberto Nascimento, no Bairro Taquaral, em Campinas, onde mora com a família, os pais Marcelo e Jane, e os irmãos Marcelo, mais velho do que ela, que joga futebol, e Júlia, mais nova, que pratica judô. “Meus pais gostam de esporte. Meu pai jogava bola, já correu, mas não teve a mesma oportunidade que estou vivendo.”

O técnico Alex Lopes acredita no bom desenvolvimento de Letícia. “É jovem, em seu segundo ano na Orcampi e mostra potencial entre as melhores do Brasil. Atingiu as etapas de iniciação e desenvolvimento nas categorias de base e, inclusive, conseguiu representar o Brasil nos Jogos Sul-Americanos da Juventude, um bom indicativo de que está no bom caminho”, afirma o treinador, acrescentando que “é uma menina dedicada, treina certinho e é estudiosa”.

O treinador cita, dentre objetivos para 2018, os de ganhar a Copa Brasil de Cross Country e se classificar para o Sul-Americano de Cross Country e em pista disputar o Sul-Americano Sub-18 e os Jogos Escolares, com as fases nacionais e internacional, além de competições nacionais. “A Letícia descansou após os Jogos Sul-Americanos, começa a preparação para a nova temporada e a primeira competição importante será de cross country.”

Os Jogos Olímpicos da Juventude de Buenos Aires/2018 vão reunir atletas do mundo todo. “Para os que conseguirem ir será a principal prova do calendário. Mas ainda não sabemos exatamente como serão os critérios de convocação para a seleção brasileira.”

O planejamento também inclui a melhoria de marcas pessoais. “Para a prova principal dela, os 2.000 m, é correr abaixo de 7min10s, uma marca que estaria próxima do objetivo de classificação para os Jogos Olímpicos da Juventude. O critério é por vagas para o continente americano e ainda tem as regras da CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo). E melhorar nas outras provas também, correndo os 3.000 m próximo dos 10min20s e nos 1.500 m na casa de 4min50. Isto depende muito da prova, do clima, de adversários e dos objetivos que às vezes não é de obter tempo, mas de ganhar uma prova”, resume Alex Lopes.

A Orcampi e Letícia Almeida Belo têm o apoio do Instituto CPFL, responsável pelas ações sociais, culturais e esportivas do grupo CPFL Energia, empresa incentivadora do desenvolvimento do Brasil pelo esporte.