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Economia internacional, segurança internacional e ambiente global em jogo

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“Nunca antes na história desse país houve tanta redução de emissão de carbono”. Usando um bordão político, Eduardo Viola falou sobre o papel do Brasil neste cenário de aquecimento global na últimas décadas. Viola abriu o módulo Mudanças climáticas e perspectivas para o Brasil, de José Eli da Veiga, no dia 4 de agosto em São Paulo com a palestra A dinâmica das potências climáticas e as perspectivas da transição ao baixo carbono.

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Segundo o palestrante, que é diretor da Associação Brasileira de Relações Internacionais e da Associação Brasileira de Desenvolvimento de Lideranças, o Brasil ainda não faz parte dos países relevantes na produção e solução do problema de emissões de carbono. Para ele, o país passou por um momento de irracionalidade nesta questão nos anos 90. Porém, com a queda do desmatamento, as emissões no Brasil diminuíram.

Viola aponta a China e a Índia como os dois principais gigantes demográficos que estão aumentando sua contribuição para o problemas. Para reverter essa situação é preciso trabalhar em aspectos como pesquisa de novas tecnologias, edificações verdes, aumento da proporção da energia nuclear, redução da proporção de carvão e petróleo na matriz, entre outros.

Dentre os exemplos apontados por Viola, um é facilmente identificado com o Brasil: maior uso de transporte coletivo. Um dos grandes problemas para a Copa de 2014 é justamente o transporte nas grandes cidades. “O Brasil é caótico. Entre os países grandes, pior que ele só a Índia”, afirmou o palestrante.

O Brasil, como uma potência climática média, pode puxar a influência justamente nestes grandes eventos. Como mostrado em outras palestras do projeto Brasil 2014, o país tem a pretensão de pagar o carbono gerado nestes dois grandes eventos (a Copa e a Olimpíada) antes mesmo da data de início dos jogos.

“O Brasil diminui a emissão de carbono e ainda aumentou o PIB, o que contradisse muitos críticos. Mas o grande problema do brasil é o tranporte de carga rodoviário. A carga é o pior desempenho do mundo nos últimos 20 anos e temos um histórico de baixo transporte coletivo. Precisamos trabalhar com restrições mais severas que o rodízio. A transição tem custo significativo”, alertou Eduardo Viola ao fim da palestra.