Mobilidade: o grande desafio para a Copa do Mundo em São Paulo
São Paulo pode não ser a sede da Olimpíada, mas para a Copa do Mundo de 2014, o assunto principal é a capital paulista. Muito se fala sobre a real capacidade da cidade abrigar um evento deste porte, contando hoje com tantos problemas, como poluição, trânsito, transporte insuficiente e um estádio que não satisfaz as exigências da FIFA. Salvador Cesar Carletto, diretor de Planejamento Metropolitano da Secretaria de Economia de Planejamento do Estado de São Paulo e membro do Comitê Executivo de São Paulo para a Copa do Mundo FIFA 2014, acha que ainda há muito o que ser feito, mas que estaremos prontos até lá.
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Durante a palestra Copa 2014: seu legado para sustentabilidade das cidades do módulo Cidades Sustentáveis: como a Copa do Mundo influencia no desenvolvimento das cidades e por que elas devem investir de forma sustentável, com curadoria de Jaime Lerner, Salvador abordou as mudanças que precisam ser feitas em São Paulo para receber um evento deste porte e como a cidade vai se beneficiar com as obras.
O principal enfoque do palestrante foi o da mobilidade. Para ele a solução pode estar em voltarmos ao transporte que um dia dominou a cidade, o por linhas férreas. “O transporte em São Paulo se estruturou em eletricidade, bonde elétrico. Hoje o sistema é quase inteiro a diesel. Na Europa você encontra trólebus, ônibus, bonde e metrô operando na mesma cidade. Teremos que recuperar o que destruímos”, afirmou.
O plano para a São Paulo prevê investimento nas linhas do metrô e nas de trem, transformando a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) num metrô de superfície. “Isso é um dos grandes desafios: aumentar a participação da duas na matriz do transporte urbano”, concluiu Salvador.
Segundo ele, com uma rede de trens estabelecida na cidade, o transporte por ônibus e carro diminuirá, o que terá efeitos diretos na poluição. As obras das novas linhas de trem e metrô estão sendo pensadas para que tenha acesso para deficientes, mas as vias de transporte já existentes, assim como hotéis, restaurantes e outros lugares que serão frequentados pelos turistas, também precisam se adequar.
Salvador garante que o estádio do Morumbi estará apto para receber o jogo inicial da Copa de 2014, e apresentou durante a palestra um esboço de como ficará após as obras. “Ela passará de estádio para arena. Após a Copa, será muito mais um local para eventos do que somente para jogos”, afirmou.
Salvador falou ainda da importância da energia limpa e anunciou um projeto de compensação de gás de efeito estufa já para 2012. A ideia é anunciar previamente que reduziram a emissão de gases previstas para 2014, isso por meio de conversão de locais em parques e outras áreas verdes.
O maior legado para a cidade será a mobilidade ganha com estas obras. O aumento do número de estações de metrô e a revitalização da linha de trem (um aumento de 38% das linhas já existentes nas duas redes) serão um patrimônio para São Paulo, que a cada dia sofre mais com o trânsito.