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Saneamento preocupa mais do que abastecimento durante a Copa 2014

O dia era de chuva em Campinas e o tema era água. Tema não só do dia, mas de toda a série Cidades, sem água e sob águas: desafios para 2014, de Oscar de Moraes Cordeiro Neto. Para abrir os encontros, o convidado foi o palestrante Vicente Andreu Guillo com Águas e cidades: difícil convivência.

Guillo, que é diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), estava em casa durante a apresentação. Motivos não faltavam, já que o palestrante já trabalhou na própria cpfl cultura e na CPFL Energia, isso sem contar a presença da família que o acompanhou durante uma hora e meia de evento. O problema da água, segundo ele, não é o de abastecimento, mas sim o de saneamento.

Durante a palestra, Guillo explicou que a água ganhou relevância porque é o principal veículo nas mudanças climáticas que acompanhamos (como as chuvas, as secas e as enchentes). Apesar de toda a série estar focada na Copa do Mundo no Brasil em 2014, ele deu exemplos das Olimpíadas no Rio em 2016, cujo dossiê contou com sua colaboração. O palestrante afimrou que “há uma grande preocupação para que os jogos sejam tranformadores e sejam um legado. A despoluição da Lagoa Rodrigo de Freitas é uma exigencia do COI (Comitê Olímpico Internacional). Na Copa, parece que a FIFA se preocupa mais com o business”.

Essa exigência maior do COI torna o Rio, segundo ele, o mais preparado entre as cidades sede da Copa. Quanto ao abastecimento nas grandes cidades, Guillo acha que não haverá problemas. “O problema maior nas grandes cidades é saneamento. São as grandes cidades que receberão a Copa e devem assegurar o abestecimento, pois já comportam grandes populações. O saneamento preocupa mais. Mas temos os fatores climáticos, temos que ficar de olho no clima”, alertou sobre a possibilidade da natureza interferir no planejamento dessas cidades para os jogos.