Uma década de muita cultura e sustentabilidade: CineSolar e Instituto CPFL celebram parceria
Primeiro cinema itinerante movido a energia solar no Brasil leva diversão, ciência e tecnologia a diversas comunidades brasileiras
Cheio de expectativa pela sua primeira vez no cinema, Pedro Miguel Alves, 12 anos, revelou que ele e a família chegaram cedo na praça de Jaú, interior de São Paulo, onde haveria uma sessão de curtas do Projeto CineSolar. Assim, puderam acompanhar de perto todo o processo, desde a montagem da estrutura, até a exibição dos filmes. “Achei muito legal, gostei dos filmes e de tudo o que tinha aqui. Foi o melhor dia da minha vida”, contou Pedro, que mora com a avó e mais quatro irmãos. “Minha avó nunca teve dinheiro para levar eu (sic) e meus irmãos ao cinema”, completou.
Cinema a céu aberto, pipoca, diversão em família ou com os amigos, tudo de graça e de forma sustentável, com o objetivo de promover o acesso à cultura. Essa é a proposta do CineSolar, o primeiro cinema itinerante movido a energia solar do Brasil, que nasceu em 2013 e, desde 2014, tem o apoio do Instituto CPFL, por meio da frente Circuito CPFL.
A parceria tem viabilizado encontros encantadores com a sétima arte, como o do Pedro e o da Mariany Pavão Navarro, de 13 anos, que foi com os amigos assistir a uma exibição do CineSolar em Itacurubi, no Rio Grande do Sul. “Gostei bastante, me diverti muito com os meus colegas. Em uma parte do filme a gente cantou junto, então foi muito divertido, ficamos muito entusiasmados”, declarou. Mariany contou, ainda, que o cinema mais próximo fica na cidade de Santiago, a 66km de Itacurubi e, por conta disso, ela e os amigos nunca foram a um cinema convencional, mas que já havia participado de outro evento com cinema na praça.
E Itacurubi não é uma exceção quando se fala em cidades que não têm salas de cinema no Brasil. Uma pesquisa sobre o Sistema de Informações e Indicadores Culturais (SIIC) 2011-2022, divulgada em dezembro de 2023, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou que apenas 9% dos municípios brasileiros possuem salas de cinema. Isso se traduz em 42,5% da população vivendo em cidades sem acesso à telona.
Em uma década de parceria entre o CineSolar, o CineSolarzinho (sua versão infantil) e o Instituto CPFL, por meio de projetos e leis de incentivo, foram realizadas atividades em 348 cidades de sete estados do país. E os números desses dez anos são impressionantes. Foram 546 dias de atividades, ou seja, um ano e meio ininterrupto de eventos; 229 oficinas em escolas, somando 6.101 estudantes; e 1.021 sessões de cinema, que alcançaram 143.242 pessoas. Juntas, as oficinas e sessões somam 149.343 pessoas impactadas.
São crianças como o pequeno Hugo Felipe dos Santos, de 8 anos, que, mesmo morando em uma metrópole como Campinas (SP), tem pouco acesso ao cinema. “Vou ao cinema às vezes, quando a minha mãe tem dinheiro, mas não é sempre que ela tem”, explicou.
E se o cinema não era uma novidade para ele, o furgão do CineSolar e todo o seu aparato tecnológico foram. E foi isso o que mais o encantou. Quando questionado sobre o que mais gostou, ele tocou entusiasmado na bola de plasma (esfera de vidro que contém gases nobres no interior e se acende ao ser tocada) e respondeu, enfático: “Gostei disso!”.
E a grandiosidade dos números mencionados acima não para por aí. As atividades geraram 1.380.000 Watts, o equivalente a uma TV de LED ligada, 24h por dia, durante 1 ano e 7 meses; e também foram plantadas 102 árvores para a compensação de carbono. “Para nós, é uma honra apoiar um projeto cujas atividades contribuem para que a inclusão e o entretenimento estejam presentes nas nossas comunidades, além de ser uma iniciativa que sensibiliza as pessoas para um desenvolvimento mais consciente e sustentável”, destaca Daniela Ortolani Pagotto, head do Instituto CPFL. “São dez anos de uma parceria que alcançou grande adesão nas comunidades dos mais diferentes estados do país, o que nos enche de orgulho”, completa.
Mesmo diante de desafios significativos, como o auge da pandemia da Covid-19 (2020 e 2021) e a catástrofe ambiental recente no Rio Grande do Sul, a parceria permaneceu firme e resiliente. Durante a crise sanitária, o CineSolar, com o apoio do Instituto CPFL, adaptou-se para realizar um Festival de Cinema on-line, disponibilizando filmes de todo o país na internet. Já em 2024, após o CineSolar perder seu furgão e o Circuito CPFL ser adiado devido às enchentes no Sul do Brasil, as atividades foram retomadas em agosto. O projeto foi ajustado para atender abrigos e instituições que apoiavam famílias em situação de vulnerabilidade, contribuindo também para a reativação da economia local por meio da contratação de prestadores de serviço e equipamentos regionais.
“O Instituto CPFL acreditou no projeto do CineSolar desde o início e, há dez anos, tem sido nosso parceiro nessa jornada, inclusive nos desafios históricos que vivemos recentemente, como a pandemia e as enchentes no Rio Grande do Sul. Para nós, produtores culturais, essa parceria é muito valiosa, principalmente porque o Instituto CPFL entende a importância da ação cultural no nosso país. Não é só sobre quem produz a arte e a cultura, mas também sobre quem financia e quem dá viabilidade aos projetos. E essa tríade – governo, empresa e proponente – é fundamental para a saúde artística, social e cultural do Brasil”, diz Cynthia Alario, idealizadora do CineSolar.
Para Cynthia, o Instituto CPFL é referência no quesito ESG e responsabilidade sociocultural em todas as comunidades e regiões que o CineSolar atende, já que, localmente, o poder público também é impactado, por meio do relacionamento com a CPFL Energia. “Fazer arte e cultura no país é muito complexo, mas estarmos junto a empresas que têm esse olhar voltado para a lei de incentivo, para a inclusão e acesso da população à cultura, é fundamental para que projetos como o CineSolar existam. Não basta ter uma ideia, é preciso que haja pessoas que acreditem nela”, ressalta.
Sobre o CineSolar
Lançado pela Brazucah Produções, há 11 anos o CineSolar (linktr.ee/cine.solar) transforma espaços públicos e abertos em salas de cinema e já realizou cerca de 2.300 sessões (com exibição de 220 filmes) e 690 oficinas para 341 mil pessoas de 700 cidades, de 23 estados e do Distrito Federal. O projeto, que cumpre 10 dos 17 ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), já percorreu – com seus furgões Mahura e Tupã – mais de 302 mil quilômetros pelo país e atua com o objetivo de democratizar o acesso às produções audiovisuais (principalmente as nacionais), promover ações e práticas sustentáveis, a inclusão social e difundir a tecnologia da geração de energia solar. E, no mês de julho, a Linda 3.0 estreou nas estradas brasileiras.
O CineSolar realiza compensação de 55 toneladas de CO2e, em parceria com a Ecooar, através do plantio de 262 árvores e da certificação de créditos de carbono, com a manutenção de florestas, em áreas de preservação permanente, no município de Garça (SP). E, também, promove ações em conjunto com a Unesco Representação Brasil e a Unipaz (Universidade Internacional da Paz). O projeto integra a Solar World Cinema, uma rede internacional de cinemas itinerantes movidos a energia solar, conta com a parceria institucional da Mercedes-Benz – Cars & Vans Brasil e parceria solar da Clarios – com a bateria Heliar e a Freedom Estacionária, da EnergySeg Engenharia e da Ecori Energia Solar.