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Três, Quatro, Muitos Amores: a desordem amorosa contemporânea – no cinema dos EUA, século 21

Por William Sodré.

Este mês, a seleção de quatro filmes foi determinada por um tema: o Amor. E foram privilegiados aqueles enredos nos quais não imperam as relações monogâmicas, com os protagonistas envolvidos em composições afetivas que arregimentam três, quatro ou mesmo um número maior de parceiros.

Iniciando pelo clássico ‘triângulo amoroso’, o da obra cinematográfica dirigida por Phillip Noyce – ‘O Americano Tranquilo’ (EUA, RFA e Austrália – 2002): “Em Saigon, na década de 1950 – e tendo como pano de fundo o conflito local pela libertação do Vietnã do domínio da França – o filme conta a história de um americano ‘idealista’ (Brendan Fraser), que se envolve em um triângulo amoroso com uma vietnamita (Do Thi Hai Yen) e um correspondente (Michael Caine) de um jornal britânico”.

Continuando, com um filme que enfoca um moderno ‘rolo a quatro’. Em ‘Closer – Perto Demais’ (de Mike Nichols / EUA, 2004) há “uma trama de relacionamentos e infidelidade envolvendo dois casais: a fotógrafa Anna (Julia Roberts) e seu namorado Larry (Clive Owen), e o aspirante a escritor Dan (Jude Law) e a stripper Alice (Natalie Portman)”.

Na sequência, um filme no qual os protagonistas optam por vivenciar suas relações afetivas de uma forma mais ‘descompromissadas’, estabelecendo o que poderia ser caracterizado como uma ‘relação livre’: ‘Amor Sem Escalas’ – com direção de Jason Reitman (EUA, 2009). Aqui, “George Clooney interpreta Ryan Bingham. Funcionário de uma empresa terceirizada, ele tem uma tarefa ingrata: demitir empregados de outras companhias. Sua vida consiste em aeroportos, aviões, carros alugados, hotéis. E ele tira proveito da estabilidade emocional ministrando palestras de autoajuda. Algo, contudo, está para mudar. A jovem Natalie Keener (Anna Kendrick) é admitida em sua equipe com uma ideia transformadora e uma executiva (Vera Farmiga) passa a ser companhia constante de Bingham, até então um solteirão convicto. Aqui, as relações humanas estão em primeiro plano e há um retrato bastante honesto e autêntico dos ambientes corporativos. O humor sagaz completa o registro”

Finalizando, com um filme cujo tema poderíamos denominar – numa paráfrase – de um ‘inventário de cicatrizes’. No filme ‘Flores Partidas’ (Jim Jarmusch – EUA e França, 2005), “Don Johnston (Bill Murray), um senhor ranzinza que dispensa a namorada mais nova (Julie Delpy), tem, inesperadamente, a monotonia quebrada ao receber uma carta anônima informando-o que tem uma filha. Com a ajuda do vizinho, ele (enceta uma maratona pela geografia dos EUA e por seus íntimos sentimentos, derivados de antigas relações afetivas) se envolve em uma série de confusões para encontrar não apenas a filha, mas a também a mãe da garota”. No elenco, há ainda um outro destaque – três estrelas de Hollywood: Jessica Lange, Sharon Stone e Tilda Swinton.