Série do Café Filosófico CPFL: Confúcio e a nossa vida (6º Intercâmbio Brasil >< China 2022)
O Instituto CPFL, por meio da frente CPFL Intercâmbio Brasil >< China e da 6ª edição do Intercâmbio Brasil >< China 2022, lança a série de encontros do Café Filosófico CPFL:
Confúcio e a nossa vida
O espírito do confucionismo tem como valor central a prática da humanidade compartilhada. Tal tema é, em si, positivamente fundamental para o diálogo entre civilizações e para a construção de um modelo de ética global. Humanidade, para Confúcio, é o princípio supremo que governa a subjetividade, a auto-consciência e a auto-disciplina da moralidade.
Praticar a humanidade é ser capaz de desenhar o paralelo de como tratar os outros a partir de si mesmo, buscando, assim, o aperfeiçoamento do eu através da ajuda na cultivação de outras pessoas. Sendo assim, a ideia do “eu” é o centro, observada somente em sua constante extensão e transformação em uma rede múltipla de relacionamentos.
A possível transformação social inflamada por atitudes individuais que cultivam a humanidade é fundamentada na crença do céu e no respeito pelo mandato divino, que pode ser interpretado como transcendente, definitivo e religiosamente orientado. Mas, longe de definir a vida tendo como base uma forma inflexível de determinismo estipulado pelo mandato divino, os esforços de Confúcio na auto-cultivação do “eu” advogam pela concepção da liberdade humana de escolha.
Confúcio, contudo, traz em sua própria pessoa frustrações comuns derivadas do dilema que o “eu” ideal em relação com o “eu” possível traz. Então, a cultivação do “eu” possível, através do aperfeiçoamento do “outro” e visando a construção do mundo regido pela humanidade, evoca a necessidade da prática de uma das coisas mais elementares das relações: a sinceridade. A sinceridade sobre quem somos e onde queremos chegar levando em consideração que a impossibilidade da perfeição é o que nos sustenta no caminho da prática da humanidade.
Confira os encontros da série:
22/09 | qui | 19h
O “eu”, entre o inalcançável e o possível, com Calebe Guerra
Humanidade é um conceito muito discutido por sinólogos tradutores e intérpretes dos antigos clássicos chineses, justamente porque Confúcio nunca deu uma definição de conceito, pelo contrário, ela é sempre conversada em contextos de interações entre pessoas ou metáforas.A proposta do encontro é apresentar a partir de histórias e metáforas contadas nos livros confucionistas, considerações sobre Humanidade através da arqueria (rito e esporte) como imagem da dinâmica da auto-cultivação que aperfeiçoa o outro e constrói o mundo. Usar conhecimento sobre quem era Confúcio, o que ele buscava se tornar e qual foi a ênfase de seus ensinos como modelo para pensar sobre quem somos e o que podemos nos tornar.
29/09 | qui | 19h
A unidade entre o céu e a humanidade, com Kelly Ferreira
A unidade entre o céu e a terra é a teoria de que o ser humano é parte integral da natureza. No confucionismo, o céu deixa de ter propriedades divinas para significar ordem natural de todas as coisas. Dessa forma, o mandato divino ganha a esfera humanista de humanidade que se submete à natureza e suas leis. A proposta do encontro é falar sobre o cancelamento do confucionismo no século 20 por conta de sua (suposta) tendência retrógrada e anti-revolucionária e por causa da má interpretação sobre o mandato divino. Também será falado sobre o resgate do Confucionismo no século 21 na literatura, nas artes e também na política.
Os encontros são gravados no estúdio do café no Instituto CPFL, que fica na rua Jorge Figueiredo Corrêa, 1632, Chácara Primavera. A entrada é gratuita, por ordem de chegada, a partir das 18h. Transmissão ao vivo, às 19 horas, pelo canal do youtube do café.