A cpflcultura em Campinas revisita obras cinematográficas significativas do ano passado na mostraRetrospectiva de Cinema CPFL 2010, com destaque aos filmes que mais chamaram a atenção da crítica e do público. A retrospectiva começa na próxima quarta-feira, dia 16 e segue até o final do mês de marco, com títulos que constaram das listas de melhores filmes de ficção dos principais críticos de cinema do país. O espectador poderá conferir 12 trabalhos – sete estrangeiros e cinco brasileiros –, e mais cinco documentários da coleção cpflcultura, sempre em duas sessões diárias (18h e 21h) e gratuitas. Como novidade desta edição, o espectador poderá votar no melhor filme pelo sitewww.cpflcultura.com.br, até o dia 29 de março. O mais votado pelos internautas será exibido no dia 31, às 21h.
Além da exibição dos filmes, haverá uma sessão especial no dia 22 de março, terça-feira, com um debate sobre a produção cinematográfica de ficção e de documentários e a primeira exibição pública do documentário Pandemonium, dirigido por Jorge Bodanzky, que integra a coleção cpflcultura de documentários. Participam da mesa, mediada pelo crítico do Correio Popular João Nunes, o cineastaJorge Bodanzky, a editora de cultura da revista Carta Capital, Rosane Pavam e o diretor do Festival É Tudo Verdade, Amir Labaki.
Os filmes de ficção que abrem a programação de Campinas neste ano, são os nacionais Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo, Tropa de Elite 2, 400 Contra 1 e Cabeça a Prêmio. Entre os estrangeiros estão Vincere, O Profeta, O Segredo de Seus Olhos, A Fita Branca, Tetro e Escritor Fantasma. Cidadão Boilesen, ganhador do Prêmio CPFL ENERGIA/É TUDO VERDADE Janela para o Contemporâneo, representa os documentários, junto com Dzi Croquette e Programação em Campinas volta nesta semana com retrospectiva dos melhores filmes de 2010 e as cinco produções da coleção cpfl cultura, que tem a consultoria de Amir Labaki, criador do Festival “É Tudo Verdade”
Por William Sodré
Como mercadoria, a produção da indústria do cinema tem forte dependência da publicidade para ser bem-sucedida junto ao público consumidor.
O marketing do cinema é feito através de variadas formas: via revistas especializadas, cadernos de cultura e entretenimento dos jornais, seções de fofocas da mídia (que alimentam o star system) e também através da internet, do rádio e da televisão (e mesmo do mais artesanal dos veículos de propaganda, o ‘boca-a-boca’). Além da publicidade veiculada através do próprio cinema (do trailler à publicidade em salas de exibição cinematográfica).
Um segmento estratégico na relação desta indústria cultural com seu mercado é aquele formado pela crítica especializada, que regularmente comenta, avalia e divulga os lançamento semanais realizados na rede distribuidora de cinema, na cidade de São Paulo.
A imprensa paulista estruturou um importante conjunto de críticos de cinema que alimenta – com dados, informações, opiniões qualificadas – as mídias com textos variados sobre o cinema, sendo este um elemento essencial no processo de formação de público para a arte cinematográfica.
Reconhecendo o papel de relevo que a crítica de cinema desempenha no mundo da indústria cultural, a CPFL Cultura organizou sua mostra anual dos melhores filmes exibidos em 2010 – em São Paulo – utilizando as listas divulgadas pela crítica especializada.
Recorreu-se às listas de melhores filmes de 2010 elaboradas por renomados críticos de cinema e que foram divulgadas pela imprensa e pela internet. E os filmes que foram indicados em ao menos quatro destas listas passaram a ser considerados como os indicados para a composição da mostra em exibição na cidade de Campinas, neste final de temporada de Verão.
Foram consultadas as listas de melhores do ano de 2010 dos seguintes críticos: Luiz Carlos Merten, João Nunes, Ana Paula Sousa, Luiz Zanin Oricchio, Roberto Sadovski, Inácio Araújo, Neusa Barbosa, Alessandro Giannini, José Geraldo Couto, Sergio Alpendre e Ana Maria Bahiana. A maioria das informações estava disponível no site UOL e em dois blogs (de João Nunes e de Luiz Zanin Oricchio).
Dez filmes fora selecionados através de tabulações realizadas junto às listas dos 11 críticos da imprensa paulista; e destas 10 obras cinematográficas, a CPFL Cultura conseguiu trazer sete filmes que serão apresentados na mostra anual.
Para complementar esta seleção, foram acrescidos outros cinco filmes – todos eles produções cinematográficas brasileiras – selecionados a partir de critérios definidos pela organização da mostra.
Os 12 filmes escolhidos a partir destes dois critérios de seleção foram:
‘VINCERE’: constou em seis listas (Inácio Araújo, Ana Paula Sousa, José Geraldo Couto, Neusa Barbosa, João Nunes e Sergio Alpendre);
‘O PROFETA’: constou em cinco listas (Ana Paula Sousa, Neusa Barbosa, Luiz Carlos Merten, João Nunes e Roberto Sadovski);
‘O SEGREDO DE SEUS OLHOS’: constou em cinco listas (Luiz Carlos Merten, Luiz Zanin Oricchio, João Nunes, Alessandro Giannini e Roberto Sadovski);
‘A FITA BRANCA’: constou em quatro listas (Ana Paula Sousa, Neusa Barbosa, João Nunes e Alessandro Giannini);
‘TETRO’: constou em quatro listas (Inácio Araújo, José Geraldo Couto, Luiz Carlos Merten e Luiz Zanin Oricchio);
‘ESCRITOR FANTASMA’: constou em quatro listas (Luiz Zanin Oricchio, João Nunes, Sergio Alpendre e Roberto Sadovski);
Há obras com algumas afinidades, que merecem ser apontadas nesta introdução à mostra.
‘O PROFETA’, ‘TROPA de ELITE 2’ e ‘400 CONTRA 1’ focam a questão da violência, da corrupção institucional e do crime organizado.
‘A FITA BRANCA’ e ‘VINCERE’ são filmes que nos remetem à uma reflexão sobre a sociedade europeia durante os primeiros trinta anos do século 20, período da ascensão dos movimentos fascistas em países como a Alemanha e a Itália.
‘CIDADÃO BOILESEN, ‘SEGREDO DE SEUS OLHOS’, ‘ESCRITOR FANTASMA’ e ‘CABEÇA PRÊMIO’ desnudam a prepotência e a impunidade de certas elites político-econômicas (e suas lastimáveis consequências, mesmo em variadas épocas e em diversos quadrantes do planeta).
‘TETRO’, ‘VIAJO POR QUE PRECISO, VOLTO POR QUE TE AMO’ e ‘DZI CROQUETTE’ são filmes de natureza diferenciada, mas que poderiam ser considerados assemelhados enquanto obras com enredos que viajam (às vezes em forma de comédia, em outras no formato de tragédia) tanto pelo mapa mundi, quanto pelo tempo e também pela psique de seus protagonistas.
COLEÇÃO DE DOCUMENTÁRIOS CPFL CULTURA
Dentro da retrospectiva serão apresentados os primeiros cinco documentários de coleção cpflcultura, que tem a consultoria de Amir Labaki, criador do Festival “É Tudo Verdade”, uma das principais mostras competitivas internacionais de documentários, realizada há quatorze anos consecutivos em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Durante 2011 serão produzidos outros dez documentários, assim como os cinco primeiros, baseados na programação concebida e realizada pela CPFL Cultura.
Cada um dos cinco filmes que serão lançados nacionalmente neste ano foi dirigido por um cineasta especialmente convidado, que teve a liberdade de criar a partir de suas referências estéticas e artísticas, e contou com o apoio do amplo material conceitual gerado na programação da CPFL Cultura em Campinas, São Paulo e outras seis cidades do estado de São Paulo e do Rio Grande do Sul desde 2003.
Em todos os seus programas culturais, e também nos filmes que inauguram a coleção de documentários, a CPFL Cultura busca desenvolver uma visão crítica sobre a realidade, antecipando proble