Relações familiares no mundo contemporâneo: a educação dos filhos
Desde os anos 60 a família tem mudado bastante.
Inicialmente, sua configuração multiplicou-se já que no lugar do clássico modelo homem e mulher que se casam, ficam juntos até que a morte os separe e têm filhos, começam a surgir outras formas de agrupamento familiar com o advento do divórcio, dos recasamentos e das uniões homossexuais. A função de cada um dos seus integrantes também tem se transformado. Se antes o homem era o único ou o maior responsável pelo sustento familiar e a mulher pela organização doméstica e a educação dos filhos, hoje essas funções são mais compartilhadas, se bem que nem sempre de modo paritário.
Essas e outras mudanças, aliadas a características sociais tais como o individualismo, a primazia do consumo, a busca da juventude permanente e da felicidade imediata têm transformado radicalmente as relações entre pais e filhos e, portanto, a educação dos mais novos e sua formação.
Cada vez mais, a educação escolar – entendida como preparação para o futuro êxito profissional – ganha destaque exagerado e isso gera um fenômeno importante: o lugar de filho vai se esvaziando e as crianças passam a ocupar, quase que exclusivamente, o lugar de aluno. Pais, professores e adultos se relacionam com as crianças tendo preferencialmente como elemento mediador a vida escolar delas.
O processo do ensinamento aos filhos da convivência com os outros, a transmissão da história, tradições, valores e costumes familiares, a construção das virtudes e da moral familiar, o ensinamento de princípios caros ao grupo, entre tantos outros atributos dos pais, perdem terreno. Trata-se, segundo alguns estudiosos, do declínio da educação familiar. Temos formado uma geração de anônimos, de órfãos de famílias vivas?
Refletir a respeito de tais fenômenos e buscar novas maneiras de encarar antigas tradições familiares nesse momento de transição e crise é o desafio deste módulo.