palavras, com adriana falcão (íntegra)
“Fazer humor é difícil. Fazer humor com medo de errar é mais difícil ainda”, disse a escritora e roteirista Adriana Falcão durante o Café Filosófico CPFL “Palavras”, de 13/11/15.
“A ideia do politicamente correto me deixou, durante muito tempo, com medo de que alguma palavra escapasse…”, afirmou.
No encontro, parte da série sobre os limites do humor, que tem a curadoria de Marcelo Tas, a autora de livros adultos e infantis e roteirista das séries “A grande Família” e “Louco por Elas” e dos filmes “O Auto da Compadecida” e “Se eu fosse você” (1 e 2) explicou como as palavras podem ser escolhidas e adaptadas para as mais diversas formas de mídia e comunicação.
Segundo ela, a TV atinge um público tão grande que deve ter obrigação de produzir um conteúdo não ofensivo. Ela alerta, no entanto, para o risco de exageros. Para Falcão, autores como Monteiro Lobato, que utilizava expressões racistas em sua obra, devem ser mantido nas escolas. “É preciso saber como o racismo acontecia no Brasil naquele contexto.”
A escritora disse acompanhar com atenção as mudanças nas formas de se fazer humor no Brasil desde os anos 1970 até o surgimento de grupos como Porta dos Fundões. Para ela, é importante ouvir as novas gerações – ela é mãe de três mulheres, todas elas engajadas, segundo relatou – para compreender e respeitar os valores contidos nas novas formas de se comunicar.
Para Falcão, é possível fazer humor sem ofender. “O essencial, para quem escreve, é acreditar naquilo que escreve”, resumiu.
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