O capitalismo na transição ao baixo carbono
Quando se fala em aquecimento global, sempre é abordado o impacto no meio ambiente das ações do homem. Já as mudanças no capitalismo mundial, outro aspecto destes anos de exploração desmedida, foi o tema de Ricardo Abramovay em Governos, empresas e movimentos sociais na transição ao baixo carbono, terceira palestra do módulo Mudanças climáticas e perspectivas para o Brasil de José Eli da Veiga, realizada na FAAP em São Paulo.
O cientista político lembrou logo no início que o capitalismo é um sistema de desigualdade e de crises. A questão central deste novo mundo é a redução da pobreza com base em procedimentos produtivos que permitam manter os serviços básicos que os ecossistemas prestam à sociedade humana.
A grande questão, segundo Abramovay, será lidar com a ascenção de uma camada muito importante que estava em dimensão de pobreza. “Esta parcela exercerá uma pressão enorme sobre o ecossistema”, afirmou.
O ambientalismo atual mudou muito, como demonstrou o palestrante, passando da responsabilidade social dos anos 80 para o estratégico nos anos 90. Hoje, segundo ele, “não basta somente ter compromissos, é preciso haver verificação destes compromissos”.