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Mudança nas comunidades passa pela quebra de estereótipos e pela “Pedagogia da convivência”

“Como é possível repensar nossos valores?”

A pergunta foi feita pelo professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) e fundador do Observatório de Favelas do Rio de Janeiro Jailson de Souza e Silva em sua fala durante o Worshop sobre “O investimento das empresas na comunidade – para discutir a responsabilidade social”, organizado pelo Instituto CPFL, na sexta-feira, 1º de fevereiro.

A partir de sua experiência como ativista, professor e morador da periferia no Rio, ele disse que é um desafio, para as empresas, questionar o seu papel nas comunidades onde atua. “Sob o ponto de vista ético e político, ela tem de se sentir responsável pelo território”, disse.

Segundo ele, “responsabilidade social não é só uma coisinha legal para a marca”.

As ações sociais nas localidades periféricas devem ser voltadas para fazer com que os beneficiados ajudem a sociedade a pensar efetivamente um projeto de nação, de sociedade, de país.


professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) e fundador do Observatório de Favelas do Rio de Janeiro Jailson de Souza e Silva (Instituto CPFL)

O objetivo é formar cada vez mais jovens para que, juntos, ajudem a construir outras representações sobre si, ampliar suas potencialidades através da arte e da educação e garantir o acesso e a permanência nas universidades, com mobilidade cultural, econômica, social e simbólica.

Tudo para que os jovens da periferia, muitas vezes envergonhados de sua cor e local de origem, possam se sentir parte da cidade através do que ele chama de “pedagogia da convivência”, e não da “monstrualização” reforçada pelos estigmas da representação de seus moradores.

“Na favela, somos o tempo todo impelidos a nos ver como carentes. Nosso desafio é construir nova representações. A arte é fundamental para isso.”

O Observatório de Favelas é uma organização da sociedade civil de pesquisa, consultoria e ação pública dedicada à produção do conhecimento e de proposições políticas sobre as favelas e fenômenos urbanos. A ideia é que, para serem efetivas, as políticas voltadas para essa população têm de se pautar pela expansão dos direitos, por uma cidadania plena e pela garantia dos direitos nos espaços populares.