CPFL Jovem geração

Jorge Luis dos Reis, do Instituto Anelo, diz que a música é o seu destino

A pandemia do novo Coronavírus (Covid-19) foi um marco em 2020, que acabou se tornando um ano de ressignificados. Com o Instituto Anelo, instituição que tem a CPFL Energia como patrocinadora máster por meio do apoio do Instituto CPFL e que oferece aulas gratuitas de música no distrito do Campo Grande, em Campinas (SP), não foi diferente: todas as atividades passaram a ser realizadas no formato online.

Como consequência, gravar vídeos musicais a distância tornou-se parte primordial do trabalho de alunos e professores, gravações essas que colocam em evidência os vários talentos da “casa”. Entre eles está o jovem cantor Jorge Luis dos Reis, de 21 anos, que chama a atenção pela segurança que demonstra nos vídeos produzidos pela turma de Prática de Banda do professor Tércio Pereira.

       

A história de Jorge com o Anelo teve início em 2012. “Comecei estudando violão, e em seguida fiz parte do (então) grupo de canto coral Som do Amanhã. Minha aptidão sempre foi maior na área do canto e, mesmo após ter saído do Instituto, continuei cantando”, lembra o aluno, que morou por um ano em Maceió (Alagoas) e agora está de volta a Campinas – ele mora no bairro Cidade Satélite Íris 2.

Ele, que concluiu o Ensino Médio e hoje trabalha em uma loja de utilidades domésticas, conta que sentiu muita falta da música. “Por isso retornei ao Instituto e encontrei na Prática de Banda uma preparação para atuar profissionalmente nessa área”, revela Jorge, que tem o próprio canal no YouTube, no qual publicou vídeos nos quais interpreta músicas de artistas conhecidos.

“A música é a minha sina, de verdade. Serei frustrado se não me encaminhar como cantor. Desse modo, pretendo me desenvolver como artista. Já possuo algumas letras, quero trabalhá-las e futuramente tenho a intenção de lançá-las. Quero cantar profissionalmente em eventos e espaços artísticos, com as minhas composições e músicas que admiro, para que dessa forma tocar as pessoas com a minha arte.”

No vídeo, Jorge Reis interpreta “Oceano”, do Djavan, com apoio do músico (e primo), Bruno Piapara, no violão. Bruno é ex-aluno e colaborador de longa data do Anelo, e também toca com a Família Lima.

Assim como outros alunos do Anelo, Jorge teve seu primeiro contato com a música na igreja, no caso, a Igreja Evangélica Renovo da Fé. “Canto desde criança, já aos 4 anos demonstrava ter interesse e vocação para essa arte. Como diz a música do Djavan: ‘Eu já nasci/ Minha mãe quem diz/ Predestinado ao canto/ Ela falou que eu tinha o dom/ Quando eu estava na soleira/ Dos meus poucos anos’.”

Ele conta que foi muito incentivado na Igreja, onde teve várias oportunidades de se desenvolver. “Com o passar dos anos, além de referências gospel como o Leonardo Gonçalves, passei a conhecer artistas de outros segmentos”, diz, citando entre suas grandes influências Ray Charles, Etta James, Michael Jackson, Beyoncé e Jessie J. “Entre os artistas brasileiros, uma das intérpretes que mais admiro é Elis Regina.”

 

Função social
Ao ser questionado sobre o que uma instituição como o Instituto Anelo, que leva cultura à periferia, significa não só para ele, mas para a região do Campo Grande, Jorge lembrou que já é consenso que, em regiões onde há investimento em arte e cultura, os jovens encontram amplas e diversificadas perspectivas de vida, fato que se reflete no desenvolvimento social, educacional e civil dos indivíduos.

“A função social de institutos como o Anelo é gigante, podendo tirar os jovens até mesmo do contato com a criminalidade”, acredita. E completa: “Além disso, pessoas que não têm condições de bancar um curso de música, mas possuem o sonho de tocar algum instrumento ou cantar, encontram no Instituto Anelo a possibilidade de realizar esse sonho.”

Sobre as atividades online, Jorge diz que não teve dificuldades em realizar as tarefas a distância. Porém, considera o formato virtual mais complexo do que a aula presencial, devido ao fato de “não estarmos todos juntos”. “A essência da Prática de Banda é tocar conjuntamente”, lembra o aluno, ressaltando, contudo, que todos se esforçaram muito para executar as músicas propostas.

 

 

Palavra do professor
Tércio Pereira, professor da Prática de Banda da qual Jorge faz parte, conta que conheceu o cantor quando ele começou a estudar no Anelo, em 2012. Quando ele voltou para o Instituto, fez questão de convidá-lo para fazer parte de sua turma. Segundo Tércio, Jorge tem uma voz bacana desde pequeno. Tanto que, lembra, já na infância ele se apresentava com o Anelo em escolas.

Para o professor, a retorno de Jorge significa o início de uma nova história, uma outra oportunidade de desenvolvimento e aprimoramento. “Ele tem um bom potencial”, diz o professor, que ressalta a disposição do aluno em prosseguir com os estudos e seguir uma carreira na música.

Vale lembrar que a Prática de Banda é um dos quatro projetos pedagógicos do Instituto Anelo, e tem como linha condutora o fazer música em grupo. Os outros três são Brincando com os Sons, de musicalização infantil; Instrumentos e Canto, com o ensino de diferentes instrumentos musicais e do canto coral; e Sanfônica, que oferece aulas de acordeon.

Fotos: acervo pessoal.