Instituto CPFL reúne entidades para debater desafios em meio à pandemia
Instituições debateram os desafios impostos pela pandemia e os caminhos para inovar na educação e lidar com limitações tecnológicas
O Instituto CPFL, plataforma de investimento social do Grupo CPFL Energia, realizou no dia 28 de maio um encontro com 40 entidades apoiadas pela instituição. O evento, realizado totalmente online, teve como objetivo debater os desafios enfrentados pelos projetos para a continuidade dos atendimentos aos beneficiários durante a pandemia da Covid-19.
Na abertura, o diretor superintendente do Instituto CPFL, Mário Mazzilli, explicou a importância da parceria entre o Instituto e as entidades apoiadas. “Um dos principais objetivos capitaneados pelo Instituto CPFL é o de promover impacto social positivo nas comunidades onde o Grupo CPFL Energia atua. E isso somente é possível através das parcerias qualificadas que temos com estas instituições, cada uma com sua especificidade. É por isso que estamos empenhados em fortalecer e qualificar esse relacionamento, a fim de que possamos conquistar bons resultados juntos”.
O encontro contou com instituições dos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná e, para a gerente executiva do Instituto CPFL, Daniela Pagotto, o investimento na área social, que se fortaleceu a partir de 2020, evidencia a importância dessa área para a companhia e para alinhar os propósitos de cada parceria. “Reunir todos os parceiros é importante para alinharmos as expectativas e mapearmos os desafios que temos pela frente. Com quase cem pessoas participando deste evento, queremos proporcionar a troca de experiências entre todos, além de ter a oportunidade de apresentar o panorama do Instituto CPFL no plano 2020-2024. Cada projeto beneficiado está alinhado ao propósito do Instituto CPFL de transformar a realidade das comunidades onde o grupo CPFL Energia atua“.
Painel de aprendizados Covid-19
Com a mediação de Andrea Moreira, da Yabá Consultoria, foi realizado um painel de aprendizados sobre o ano de 2020. Segundo Andrea, a pandemia exigiu das organizações sociais um rearranjo do modelo de atuação. “Com a pandemia, a maioria dos projetos foi paralisada no primeiro semestre de 2020 e isso aconteceu porque não sabíamos como lidar com esse novo normal. À medida que os meses passaram, as equipes técnicas se organizaram e repensaram a lógica de trabalho. A partir daí, surgiram muitas inovações para retomar os atendimentos”.
Um bom exemplo desta reinvenção citada por Moreira é o Grupo TUMM, de Mococa, no interior de SP. A instituição se propôs responder ao desafio de estruturar o acompanhamento, à distância, das crianças e adolescentes atendidos e que não têm os instrumentos necessários para realizar as atividades online.
“Nos capacitamos e readequamos as oficinas e atividades oferecidas aos jovens, de maneira que fossem diferentes daquilo que a escola oferecia. Com o objetivo de proporcionar movimento e prazer às atividades, utilizamos muita dinâmica em frente às telas. Também desenvolvemos um drive thru para entrega de atividades aos pais das crianças que não possuem recursos para realizá-las em ambiente online. Também pensamos nos que estão mais longe e entregamos kits com as atividades de artesanato, arte e educação, livro de leitura e um lanche”, explica a fundadora do Grupo TUMM, Maria Antonieta Ribeiro.
Ela complementa que a instituição também se desafiou a realizar atendimento psicossocial aos pais que não são educadores e que precisaram se dividir entre sair para trabalhar e ficar em casa para cuidar dos filhos. “Nosso desafio foi fazer o atendimento online, via celular, aos pais que se dividiam entre colocar comida na mesa ou ficar em casa para olhar as crianças. Pedimos para fazer uma chamada de vídeo onde verificamos o ambiente e a feição das crianças. Também oferecemos apoio em outros aspectos, como uma cesta básica ou até mesmo um atendimento psicológico. E assim a nossa assistente social e nossa psicóloga têm realizado esse acompanhamento online e necessário”, destaca.
Inovações educativas
A Covid-19 também ensejou inovações educativas a partir do distanciamento e da necessidade de manter o atendimento ao público. Entre as estratégias adotadas, os recursos tecnológicos foram amplamente utilizados para suprir as necessidades de aproximação, interlocução e alcance dos beneficiários.
Para Junior Torres, coordenador da Central Única de Favelas nas cidades de Itatiba do Sul e Nonoai, no interior do Rio Grande do Sul, houve uma necessidade de se adequar às realidades de quem não conseguia acompanhar as aulas online. “Num primeiro momento ficamos no papel e entregamos, com todos os cuidados, os materiais nas casas das crianças, realizando o monitoramento e entrega de cestas básicas também. Num segundo momento, adquirimos chips de internet para as famílias que não possuíam acesso, desde que participassem das atividades. Acompanhamos essas crianças em parceria com as secretarias municipais de educação e de saúde”, explica.
Já na Casa do Vovô, em Ribeirão Preto, os idosos foram incluídos digitalmente através do uso de smartphones. “Hoje os idosos que possuem o cognitivo mais preservado fazem uso de celulares que adquirimos na campanha de natal do ano passado. Inclusive foi um pedido deles e agora já fazem chamadas de vídeo para os seus familiares. Isso tem ajudado a aproximar os idosos neste momento de distanciamento e nos emociona ver a alegria deles em manter este contato”, explica o gestor técnico da Casa do Vovô, Alex Rodrigues.
Dados e LGPD
O uso de recursos tecnológicos também impõe desafios quanto aos dados gerados a partir desse trabalho. A gestão, manipulação e armazenamento de dados passaram a ser reguladas pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e as instituições também precisam estar adequadas aos parâmetros da lei.
No Hospital Pequeno Príncipe, com sede na capital paranaense, a LGPD demandou a contratação de uma assessoria jurídica e a implementação de processos em duas etapas. Segundo a diretora executiva do Hospital, Ety Forte Carneiro, a primeira etapa atendeu as áreas de marketing, comunicação e captação de recursos e, em seguida, a área de assistência.
“Mapeamos 113 processos de captação de recursos que careciam de adequações à LGPD. Já na área de assistência, há muito tempo já somos obrigados por lei e por questões éticas a fazer documentos de conhecimento e consentimento. Também temos documentos para todos os dados de voz e imagens de crianças que usamos em nossos meios de comunicação. Todos estes documentos foram revisitados a partir das exigências da lei. Em outros setores do hospital, todos os contratos terão itens específicos da legislação acordados com fornecedores”.
Por fim, Mário Mazzilli ressaltou a importância do papel das instituições no novo contexto sociocultural do Instituto CPFL. “O contato com cada entidade tem feito diferença para o Instituto CPFL. Nós, que começamos como um projeto cultural e agora somos um projeto sociocultural, vamos cada vez mais nos esforçar para fomentar a geração de impacto positivo. O exemplo de cada projeto aqui presente reforça a ideia de que vamos precisar desses parceiros de qualidade para manter um trabalho longevo”.