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Família, escola e aptidão levam Giovanna Domene ao atletismo

Fundista entrou na modalidade por indicação de um professor do colégio; no IVCL/Orcampi, encontrou a chance de desenvolvimento e agora sonha com pódios pelo Brasil

Giovanna Braz Domene, de 18 anos, 1,62 m e 48 quilos, é uma atleta de provas de resistência. Foram os bons resultados que direcionaram a jovem, que nasceu em Campinas e mora em Valinhos, até as difíceis corridas com obstáculos. Ainda é jovem, em formação, mas um caso raro no esporte brasileiro. Vinda de uma família que respira esporte, a fundista teve a chance de estudar, até o ensino médio, em uma escola que incentivava a prática esportiva em todas as modalidades – incluindo o atletismo.

Osvaldo F./Contrapé

Foi a união do apoio da família e da escola que levou Giovanna ao atletismo e, consequentemente, até a Orcampi, braço esportivo do Instituto Vanderlei Cordeiro de Lima, e parceiro do Instituto CPFL.

“Aos dez anos eu já participava de corridas de rua, de 5 km. Na adolescência, na escola Porto Seguro, eu fazia as temporadas das modalidades e me destacava no atletismo. Ganhava as medalhinhas que vinham da Alemanha e me animava com isso. Aos 14 anos, o professor Zé Roberto (José Roberto Regino) perguntou se eu tinha interesse em treinar e competir no atletismo. Disputei competições na pista de Valinhos e ganhei dois ouros e uma prata”, conta Giovanna.

Foi na mesma escola e pelas mãos do mesmo professor, Zé Roberto, que o talento de Thaíssa Presti foi descoberto – a ex-velocista conquistou a medalha de bronze com o revezamento 4×100 m nos Jogos Olímpicos de Pequim/2008.

Na escola, Giovanna teve acesso a todas as modalidades e pensou em escolher o futebol. Mas foi a pergunta do professor, e a variedade de provas, que a fez optar pelo atletismo. “É algo único, bem diferente, um esporte que não é só corrida (o programa do atletismo tem 47 provas), com muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo em uma competição”, comenta Giovanna.

De 2014 a 2016, treinando na escola, ela correu provas de meio-fundo e fundo (800 m, 1.000 m, 1.500 m e 3.000 m). No fim de 2016, em uma competição na pista da Orcampi, em Campinas, correu pela primeira vez os 2.000 m com obstáculos, já que suas provas não constavam no programa. Ficou entre as dez primeiras no ranking brasileiro sub-18. Também classificou-se, disputou e ganhou o Brasileiro da categoria. Assim, obteve vaga na seleção sub-18, foi ao Sul-Americano, na Argentina, e ganhou a medalha de bronze. Ir ao pódio, pelo Brasil, “deu vontade de estar na próxima competição internacional”.

Osvaldo F./Contrapé

Osvaldo F./Contrapé

 

No final de 2016, Giovanna fez um teste-peneira na Orcampi. Aprovada, passou a treinar com técnico Alex Sandro Lopes. “O atletismo ficou mais sério, com treinos diários, e uma estrutura com pista e os obstáculos oficiais e o fosso da prova. Além de outros atletas treinando, gente que já participou de Olimpíada…”.

A fundista agora compete na categoria sub-20 – em 2017, foi a 5ª nos 1.500 m no Brasileiro da categoria (com melhor marca pessoal, 4min57s86) e bronze nos 3.000 m com obstáculos. Também disputou o Troféu Brasil, entre os adultos, e foi a 4ª colocada nos 3.000 m com obstáculos – aos 17 anos, alcançou a melhor marca pessoal, 11min32s52. Nesta temporada, já foi a 5ª colocada nos 6 km do Brasileiro de Cross Country.

O técnico Alex Sandro Lopes destaca que Giovana também tem um diferencial fora das pistas. Fluente em inglês e alemão, poderá estudar em uma universidade americana. “Ela se adequou bem ao projeto, agrega muito, trouxe a irmã. Está levando o atletismo para a família. O projeto do IVCL/Orcampi é para todos que queiram vivenciar e ter oportunidades no atletismo.

Em família

A irmã mais nova, Nicole, de 14 anos, é quem entrou na Escolinha de Atletismo. Entrosada, já levou bolo na pista para comemorar o aniversário, em fevereiro. “A Nika acabou se dando bem, fez muitas amizades, interage… Ainda está sendo testada, mas acho que vai ser velocista”, observa Giovanna.

Priscila Anderson Braz Domene, mãe de Giovanna e Nicole, é de uma família que gosta de esportes. “Eu e minhas irmãs sempre fizemos esportes. Eu participava de jogos coletivos, joguei basquete na USP e a corrida estava sempre na preparação física. Minha irmã tem um time de Ironman (triatlo em longas distâncias). Meus filhos sempre tiveram oportunidades no esporte, pela família e pela escola – eles fazem temporadas de vôlei, basquete, artes marciais, atletismo… e a Giovanna se destacou na corrida”, conta.

A família, segundo a mãe, tenta estar presente nas competições, nas palestras, festas juninas… “Procuramos valorizar o trabalho que é feito no IVCL/Orcampi, que é muito importante. É um projeto sério, em um local com pessoas dispostas a servirem por meio do atletismo”, diz Priscila, que é farmacêutica e professora de inglês.

Quando não está treinando, Giovanna gosta de fazer ou acompanhar outros esportes, de estar com a família, de ir à casa de amigos para conversar, fazer roda de música, jogar truco, e ir à igreja. Fez mais um ano no ensino médio em alemão, mas sonha cursar uma universidade nos Estados Unidos, onde será possível treinar atletismo enquanto estuda.

A Orcampi é uma das equipes de atletismo mais importantes do Brasil, terceira força no último Troféu Brasil e conta com o apoio da CPFL Energia por meio do Instituto CPFL.