de pai para filha, Mariana adota as provas de fundo e sonha com Brasileiro
A atleta, que passou da Escola de Formação para o grupo de treinamento do IVCL Orcampi, tem em casa o espelho e o apoio que precisa para alcançar objetivos no esporte e na vida
Pai e filha, Eder Uilian Oliveira da Silva, atleta experiente e consagrado, e Mariana Oliveira da Silva, iniciando no atletismo, comemoram o fato de estarem treinando juntos com foco no Brasileiro, cada um em sua categoria. Mantido o calendário remanejado após a pandemia da COVID-19, Eder, de 35 anos, mira a disputa do Troféu Brasil de Atletismo, em dezembro, e Mariana, de 16 anos, o Brasileiro Sub-18, em setembro, ambos competindo pelo IVCL Orcampi.
O Instituto Vanderlei Cordeiro de Lima (IVCL) Orcampi, que desenvolve seu projeto de atletismo em Campinas, São Paulo, é parceiro do Instituto CPFL e conta com o patrocínio da CPFL Energia.
História de pai e filha se misturam, assim como a paixão antiga de Éder e recente de Mariana pelo atletismo. Mariana Oliveira da Silva, nascida em 5/4/2004, mudou com a família para Campinas há três anos, vinda de Itatiaia, Rio de Janeiro. “Meu primeiro contato com o atletismo, ainda pequena, foi pelo meu pai que é atleta profissional. Sempre que ele podia me levava em algumas competições e treinos também. Mas na minha cidade não tinha pista de atletismo e nem recursos para treinar”, afirma Mariana.
Éder tem vídeo de Mariana correndo uma edição da São Silvestrinha quando a menina tinha 6 anos – “o fim não está muito bom por causa da emoção de ver ela chegando”, comenta. Antes de se apaixonar pelo atletismo Mariana fez rugby por dois anos e meio. Ela gostava do esporte, mas em função da mudança de cidade entrou na Escolinha de Formação em atletismo do IVCL.
“No segundo dia morando aqui em Campinas meus pais fizeram a minha inscrição e desde então não parei mais.” No começo, treinava três vezes por semana e fazia todas as provas. Chegou a competir na velocidade – correu os 75 m em seu primeiro Estadual Sub-16. Depois, fez os lançamentos do dardo e do disco, provas que pareciam se adaptar mais ao seu biótipo – Mariana é forte e não franzina como a maioria dos fundistas. “Eu até gostava, mas me identificava totalmente com as provas de campo.”
Em seu segundo Estadual Sub-16 a treinadora Aline Silva pediu para que Mariana escolhesse duas provas – eram duas vagas por prova para atletas da equipe – e, além do disco, a garota decidiu correr os 1.000 m, uma prova de fundo da categoria mirim. “Estava nervosa, mas fiquei completamente apaixonada.”
Passado um tempo deixou as provas de campo e passou para o fundo. Mariana sempre via os atletas do treinador Alex Lopes na pista da Orcampi. “Coloquei na cabeça que queria treinar com ele. E o mais legal é que passei a treinar também com meu pai.”
A jovem atleta mudou este ano para a categoria sub-18. Passou por todas as provas do atletismo na Escola de Formação e agora integra o grupo jovem de treinamento do meio fundo e fundo, envolvendo as provas dos 800 m, 1.500 m, 2.000 m com obstáculos e 3.000 m rasos.
“Todos competem todas as provas e vamos vendo as possibilidades de especialização naquela com a melhor chance de sucesso”, acentua o técnico Alex Lopes, que também treina Éder Uilliam, antes orientado por Ricardo D’Angelo, responsável pelo IVCL Orcampi. “Um incentiva o outro e ele ajuda os mais jovens, ela e outros atletas também”, afirma Alex.
Mariana fixou a disputa do Brasileiro Sub-18 como seu objetivo. “Estou me esforçando para competir os 1500 m.” Por causa da pandemia da COVID-19 e as pistas fechadas ficou um mês sem treinar. “Mas depois comecei a fazer rodagens com meu pai, minha grande inspiração, meu ídolo. Me mostrou o atletismo e ensinou a nunca desistir dos meus objetivos”.
Mariana estuda na Escola Estadual Carlos Gomes, em Campinas, no primeiro ano do ensino médio. Gosta der ver filmes, séries e de conversar com os amigos quando não está treinando.
Eder está no atletismo há 20 anos, mais tempo do que a própria idade da filha. Concluiu a faculdade de Educação Física, estava competindo em corridas de rua, nos 10 km, e se preparando para correr sua primeira maratona quando o calendário foi paralisado e as corridas de rua canceladas. Agora, sua preparação está voltada para o Troféu Brasil – em 2016, foi o campeão dos 10.000 m (29min19s36) e vice nos 5.000 m (13min58s54).
“Treinar fundo foi uma decisão dela, mas eu apoio, assim como treinar rugby e também começar na escolinha do IVCL. O atletismo pode abrir espaço para uma carreira no esporte ou para o mundo acadêmico, com uma bolsa para estudar e competições em outras cidades e países. Se não fosse o atletismo eu não teria tido essas experiências, ido para tantos lugares, até para a China, conhecido tantas culturas.”
O pai diz que Mariana foi conhecendo o esporte e se apaixonando. “Tem de gostar. Ela foi amadurecendo e tomando decisões, vendo colegas. Se o atletismo não formar um atleta de elite vai formar uma cidadã. Com o esporte ela ganha valores para a vida. Tem hora que é difícil, tem hora que não quer, mas tem de seguir o planejamento para alcançar os resultados.”
A mãe Beatriz apoia também – corre nas horas de folga – e a família ainda tem Nicolas, enteado de Eder, que optou por outro trabalho, mas fica na torcida.
O treinador Alex Lopes frisa que é muito positivo a filha iniciando no atletismo ter como espelho o pai que já foi campeão brasileiro. “Ela já treinava na escolinha há um bom tempo, eu queria formar um grupo de fundo com atletas mais novos, soube da vontade dela e chamei. O esporte está fazendo bem para a vida dela. Se ela se dedicar pode chegar a ter marcas e contribuir com a equipe em provas de resistência”, afirma Alex.
Mas o treinador também acentua o lado social da formação de jovens que o IVCL proporciona. “Ensinar valores como disciplina, regras, trabalho em cima de metas, em equipe, os valores olímpicos que conhecemos é também muito importante”, comenta Alex, observando que o IVCL, criado pelo medalhista olímpico na maratona Vanderlei Cordeiro de Lima, tem o objetivo social de dar oportunidade a crianças e jovens se desenvolverem de forma saudável. “A CPFL, assim como todos os outros patrocinadores do IVCL enxergam o esporte como uma contribuição social”, acrescenta Alex.
O IVCL Orcampi conta com o patrocínio da CPFL Energia e o apoio do Instituto CPFL.