Copa e Olimpíada: oportunidades de melhorias nas cidades
Quando se fala na Copa e na Olimpíada no Brasil, todos pensam nas obras para os eventos. Estes investimentos não devem ser pontuais, para somente alguns jogos e depois serem mal aproveitados. É necessário uma base sustentável para que seja possível deixar um legado para o país. A herança que será deixada para os brasileiros foi um dos temas principais da palestra Água: quais os problemas das cidades-sedes da Copa de 2014?, de Joaquim Guedes Corrêa Gondim Filho dentro da série Cidades, sem água e sob águas: desafios para 2014, de Oscar de Moraes Cordeiro Neto.
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No começo de sua apresentação, Gondim deu os exemplos das últimas copas, principalmente a iniciativa Green Goal da Alemanha em 2006. O Green Goal foi um programa de metas de sustentabilidade, reutilizando água e gerando economia. Na África, o Brasil pode tomar o exemplo dos panfletos educativos deixados para os turistas utilizarem de maneira mais racional a água do país.
Para Gondim, essas ações devem estar em todos os lugares, “começa no aeroporto, na entrada da pessoa no país e vai até o estádio, onde tem torneiras, descargas e chuveiros eficientes”. As condições climáticas devem ser avaliadas também nestes períodos de eventos. No Brasil, o mês de junho (o mês da Copa) costuma chover. “É necessário trabalhar com a possibilidade de inundações e temos que prever isso”, alertou.
O palestrante também afirmou que o saneamento é a área mais deficiente quando falamos de água no Brasil. “Cidades brasileiras que são sedes tem índices diferenciados. Existem cidades com alto grau de cobertura de abastecimento de água mas com tratamento deficiente. É uma questão básica”.
Apesar dos números apresentados mostrarem uma desigualdade entre as cidades, Gondim se mostrou otimista, citando o exemplo da cidade de Barcelona, que se transformou com a Olimpíada de 1992. “Haverá melhoria para a população depois da Copa e as cidades terão oportunidade de reverter indicadores negativos”, concluiu.