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Aos 19 anos, Tiffani Domingos é destaque entre adultos e adota Campinas por evolução no atletismo

Atleta do IVCL Orcampi, parceira da CPFL, é a atual campeã estadual da prova na categoria adulta e se prepara para brigar por um lugar no pódio no Troféu Brasil

 

Tiffani Beatriz Domingos ainda é uma atleta da categoria juvenil – completou 19 anos em maio de 2018. Mas a velocista já desponta como uma revelação da prova dos 400 metros, mesmo entre os adultos. Neste ano, disputou o Mundial sub-20, em Tampere, Finlândia, no mês de julho, e conquistou o título de campeã paulista, na categoria adulta, em agosto.

Seu próximo desafio é a disputa do Troféu Brasil, principal competição de clubes do país, que será realizada em Bragança Paulista, entre 14 e 16 de setembro – e o objetivo é, pela primeira vez, conquistar um lugar no pódio.

Tiffani ainda não completou um ano como integrante da Orcampi, equipe de atletismo parceira do Instituto Vanderlei Cordeiro de Lima (IVCL), que conta com o patrocínio da CPFL Energia e o apoio do Instituto CPFL. A atleta deixou a cidade de Duque de Caxias, no Rio, rumo a Campinas, em novembro de 2017. Uma mudança contra a vontade dos pais, Bianca e Fabiano, mas guiada pelo amor ao esporte.

Wagner Carmo/CBAt

“Meu pai trabalhava na Petrobras, embarcado. Como ele ficava muito tempo fora de casa, éramos só eu e minha mãe convivendo a maior parte do tempo. Sempre fomos muito apegadas. Eles não queriam que eu me mudasse para Campinas, porque eu nunca tinha ficado tão longe. Mas eu queria muito continuar minha carreira no atletismo”, conta.

O atletismo entrou na vida de Tiffani em uma competição escolar – ela estudava no Colégio Duque de Caxias, no Rio. “Lá tem uma competição, o Escolar, que reúne todas as escolas particulares da Baixada (Baixada Fluminense). Um dos professores, Jorge Jesus, foi na sala pedindo a participação dos alunos. Como sempre fui muito espevitada, já me candidatei, mas nem sabia direito para o que era.”

Iniciada no atletismo pelos professores Jorge e Wilton Darleans, Tiffani começou a se destacar nas provas mais curtas – quando era mirim (sub-16), corria 75 m, passando para os 100 m e 200 m. Em 2015, passou a treinar no Cefan (Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes), da Marinha, no Rio, onde começou a correr os 400 m, até decidir pela mudança para Campinas, no fim do ano passado (2017), depois de ter dificuldades em conciliar os treinos, a faculdade e as grandes distâncias de deslocamento entre os dois locais e sua casa.

Na Orcampi, Tiffani passou a trabalhar com o técnico Evandro Lázari e teve uma grande evolução. Quando começou a temporada de 2018, tinha a marca de 54s00 como seu melhor resultado. Hoje, seu recorde pessoal é 52s85, resultado que a coloca como top 30 do mundo e primeira do ranking sul-americano de sua categoria (sub-20), e segunda melhor atleta dos 400 metros do Brasil no ranking adulto.

Na Orcampi, Tiffani passou a trabalhar com o técnico Evandro Lázari (foto) e teve uma grande evolução (Divulgação)

 

A análise fria dos números mostra a enorme melhora na performance de Tiffani, mas esconde um momento dramático vivido pela atleta: ela sofreu um rompimento de ligamentos no pé direito em março, às vésperas de sua estreia na temporada. A lesão poderia colocar em risco o grande objetivo de 2018, que era conquistar a classificação para o Mundial sub-20. Para isso, Tiffani teria que melhorar sua marca pessoal e correr abaixo de 53s59 até o fim de junho.

“Ela passou por um processo de grande insegurança, porque essa foi a pior lesão que ela teve na carreira”, lembra o técnico Evandro Lázari. Tiffani conseguiu se recuperar e foi melhorando progressivamente suas marcas. Mas só alcançaria a classificação para o Mundial na última competição possível: o Campeonato Brasileiro sub-20, disputado no fim de junho, em Bragança Paulista.

Tiffani chegou na disputa com três resultados na casa dos 53s60. Teria duas chances para obter a vaga: a semifinal e a final. Na primeira das oportunidades, finalmente superou o índice – e com folga – ao fazer a marca de 53s21. Na final, foi ainda melhor: tornou-se campeã brasileira e recordista nacional com o tempo de 52s85. “O Brasileiro era a última chance para o índice, e ela foi perfeita no que combinamos. Fez o índice na semifinal, tirou o peso das costas, e ainda melhorou na final, correndo pela primeira vez na casa de 52 segundos”, comemorou o técnico.

O Mundial sub-20, disputado entre 10 e 15 de julho, foi a primeira experiência de Tiffani fora da América do Sul – havia disputado três Campeonatos Sul-Americanos (sub-18, sub-20 e sub-23).  Em sua estreia na competição, a eliminatória dos 400 metros, correu a sua segunda melhor marca da vida até então, 53s18. Na semifinal, fez 53s30, marca que não foi suficiente para avançar à final. “Participar do Mundial foi uma vitória para mim, ainda mais depois de tudo o que passei no ano”, disse Tiffani, referindo-se à lesão sofrida em março.

Se o objetivo de chegar à disputa de medalhas na prova individual não foi alcançado, Tiffani teve uma segunda chance com o revezamento 4×400 m, também orientado pelo técnico Evandro Lázari. Dessa vez, a velocista não só foi finalista como ajudou a equipe a bater o recorde sul-americano da prova tanto na eliminatória como na final.

“Eu fiquei bem chateada de não ter ido para a final porque depois que vi os resultados, sabia que eu era capaz. Mas depois fiquei muito feliz de ter conquistado os resultados com o revezamento. Nós estávamos almejando muito aquelas marcas, e deu certo. Amei fazer parte daquela delegação, daquele grupo. Foi um sonho realizado.”

O Mundial, entretanto, não foi o fim da temporada de Tiffani. Um mês depois da competição na Finlândia, a velocista representou o IVCL Orcampi no Campeonato Estadual de Adultos, em São Bernardo do Campo. Mesmo sendo juvenil, garantiu o título da categoria sênior melhorando o resultado de Tampere (53s05), e ajudou a equipe de Campinas a ser campeã paulista de adultos pela primeira vez.

Agora, a expectativa é pela disputa de seu primeiro Troféu Brasil pela equipe – estreou na competição em 2017.  O objetivo da atleta é melhorar o seu recorde pessoal e alcançar um lugar no pódio. “Eu estou evoluindo no treinamento. Quero buscar um novo recorde brasileiro na minha categoria e também conquistar uma medalha. Por mais que eu seja nova, espero por isso.”

O IVCL Orcampi tem o apoio do Instituto CPFL, responsável pelas ações sociais, culturais e esportivas do grupo CPFL Energia, empresa incentivadora do desenvolvimento do Brasil pelo esporte.