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Alvaro Nery da Silva: um talento que desponta da Escola de Formação do IVCL Orcampi

O resultado do jovem de 15 anos, campeão brasileiro sub-16 nos 250 m, é fruto do trabalho de detecção e desenvolvimento de atletas da equipe de Campinas

Pouco menos de dois anos separam o dia em que Alvaro Fernando Cruz Nery da Silva pisou em uma pista de atletismo pela primeira vez do seu primeiro grande título, o de campeão brasileiro sub-16 na prova dos 250 metros, em Fortaleza (CE). O jovem corredor, de 15 anos, é um talento que desponta da Escola de Formação do IVCL Orcampi, equipe de Campinas que tem o apoio do Instituto CPFL.

Alvaro é fruto do trabalho de detecção e desenvolvimento de talentos feito pelo corpo técnico da Orcampi.

No caso do jovem corredor, o primeiro contato com o atletismo foi na Escola Estadual Cláudia Francisco da Silva, onde ainda estuda (é aluno do 1º ano do ensino médio), por incentivo da professora Regina Senatore – ela viu que o garoto tinha fôlego nos jogos de futsal e fez o convite para uma participação na corrida dos Jogos Escolares Estaduais, na pista do Swiss Park. Durante a competição, em 2016, Alvaro foi observado pelo técnico Alex Sandro Lopes, que o chamou para se juntar à Escola de Formação.

O corredor Alvaro Nery no pódio (Fotos: Ale Machado CBAt)

A iniciação ao atletismo ocorre na Escola de Formação, que trabalha com jovens entre 11 e 15 anos. É nela que os professores apresentam a modalidade e suas provas aos futuros candidatos ao esporte de alto rendimento.

“O trabalho do professor está mais relacionado à formação do indivíduo, independentemente de ele virar ou não um atleta. O professor apresenta o atletismo e suas provas, e ajuda no desenvolvimento do jovem dentro da equipe, com os outros professores, colegas e também a família. Já o treinador de atletismo fica mais preocupado com o desenvolvimento técnico específico”, explica Tiago Bueno, o Feijão, ex-atleta, que se tornou professor e treinador do IVCL Orcampi há seis anos e hoje orienta Alvaro nas corridas de velocidade.

Alvaro passou todo o ano de 2017 na Escola de Formação. No início, teve algumas dificuldades, mas mostrou-se muito dedicado e sempre contou com o apoio da família – o pai, que também se chama Alvaro, a mãe Aparecida, e a irmã Emanuela, de apenas 10 anos, mas que já começa a se interessar pelo atletismo.

No início de 2018, o jovem corredor passou a fazer parte da transição – é quando o trabalho de especialização em algum dos grupos de provas (lançamentos e arremesso, saltos ou corridas) começa a ser realizado. “O Alvaro, desde a formação, já se destacava mais nas corridas, nas variadas distâncias”.

Com a passagem para o grupo de transição, as responsabilidades começaram a aumentar e Alvaro passou a lidar com informações mais detalhadas de como se comportar na pista. “É bem diferente, muda o jeito de pensar, de ver o esporte. Eu aprendi que preciso melhorar a postura para aprender a correr, mas isso já comecei a fazer na escolinha. Também fiz mais amigos, porque comecei a correr revezamentos – quando entrei na equipe, não falava muito, não conhecia as pessoas”, conta Alvaro.

Sua primeira grande competição em 2018 foi o Campeonato Estadual, em São Bernardo do Campo, no início de setembro.

Para a disputa, já tinha um objetivo: correr os 250 metros abaixo dos 29 segundos. Para alcançá-lo, teve uma ajuda especial. “Eu ganhei um par de sapatilhas do Hugo Balduíno (finalista olímpico e mundial do 4×400 m). Eu queria muito correr abaixo dos 29s, mas nem nos treinos estava conseguindo. Mas na competição usei as sapatilhas e eu corri – fiz 28s86. Comecei a chorar! Nunca encontrei o Hugo pessoalmente, mas agradeci pelo Instagram”, conta Alvaro. Apesar de Hugo também fazer parte da equipe, os dois atletas nunca se encontraram porque treinam em horários diferentes.

No fim de setembro, Alvaro fez sua primeira viagem de avião, rumo a Fortaleza (CE), para disputar o Campeonato Brasileiro sub-16. “Foi tudo novo, nunca tinha viajado de avião, e as responsabilidades aumentam: os professores não têm como cuidar de tudo, então eu precisei ficar atento aos horários na pista, por exemplo. Mas foi muito legal ouvir meu nome sendo chamado”.

A competição também trouxe desafios emocionais. Alvaro começou o Brasileiro disputando os 75 metros. “Eu corri a semifinal e fiz o segundo melhor tempo da competição. Mas, na final, errei a saída do bloco – eu sou meio grande (tem 1,80 m) e ainda tenho que trabalhar muito isso – e terminei em quarto lugar. Fiquei muito, muito triste. Liguei para o meu pai, para a professora Regina, e chorei. Mas eles me apoiaram muito.” Alvaro foi estimulado a se recuperar da frustração e concentrar as energias para a prova dos 250 m.

Na maior distância, a maior alegria.

Alvaro correu novamente abaixo dos 29s (na semifinal, fez seu recorde pessoal, 28s51). Na decisão, medalha de ouro, com o tempo de 28s64.

“Foi uma emoção enorme, na hora que ganhei senti que todo o esforço valeu a pena. Quando recebi a medalha, foi um orgulho muito grande por mim, pela minha família e por todo mundo que treina comigo”.  A felicidade só não foi completa porque, na última prova do Brasileiro, no revezamento 4x75m, a equipe do IVCL Orcampi teve um problema na passagem de bastão e não concluiu a corrida. “O bastão caiu, mas a gente aprende que é assim mesmo, que acontece.”

No retorno a Campinas, com a bagagem cheia de lições aprendidas e uma medalha de ouro, Alvaro ganhou uma festa surpresa da família. E já faz planos para 2019.

“Agora estou sonhando grande. Quero representar a seleção brasileira, conseguir me classificar para um Campeonato Sul-Americano e fazer minha primeira viagem para fora do Brasil.”

 

O IVCL Orcampi tem o apoio do Instituto CPFL, responsável pelas ações sociais, culturais e esportivas do grupo CPFL Energia, empresa incentivadora do desenvolvimento do Brasil pelo esporte.