cafe filosófico

A era da interpretação

Por João Marcos Coelho

Durante a segunda metade do século 20, o culto do intérprete, impulsionado pelo vertiginoso aperfeiçoamento das técnicas de gravação e reprodução musical – do CD ao DVD e ao iPod e à web em streaming –, promoveu uma reviravolta na vida musical do planeta. O foco deslocou-se, até por conta da excessiva abstração da música do pós-guerra, a partir de 1945, para os intérpretes. E aí brilharam a estrela e a sensibilidade de músicos de gênio que pinçaram no passado obras-chaves para uma melhor compreensão do presente.
Assim, assistiremos a performances extraordinárias de sinfonias de Gustav Mahler, compositor cujos 150 anos de nascimento (em 2010) e centenário de morte (1911) estão sendo lembrados no mundo inteiro; a visionária Sinfonia Fausto de Franz Liszt, compositor que está sendo homenageado em 2011 pelos 200 anos de nascimento; e uma performance extraordinária da maior pianista de nosso tempo, a argentina Martha Argerich: