Circuito

conheça o elenco por trás da peça bodas de sangue, da cia cpfl de teatro

Por Julia Mendes, do Portal Multi/CPFL

A peça Bodas de Sangue, do espanhol Federico García Lorca, estreia no dia 26 de maio, com elenco da Cia CPFL de Teatro, na Sala Umuarama do Instituto CPFL, em Campinas. Em sua 8ª direção à frente da Cia, o diretor Abílio Guedes conta um pouco dessa experiência de 15 anos ao lado do Instituto CPFL. Os atores-colaboradores deste novo projeto também comentam sobre os desafios e novidades da temporada 2018. Confira:

Portal Multi: Como começou essa trajetória ao lado do Instituto CPFL?
Abílio: Estou há 15 anos na companhia de teatro, junto à sua fundação. Atendendo a uma solicitação da equipe de Call Center – que na época era localizada na Sede –, o então diretor de Comunicação, Augusto Rodrigues, criou um grupo de teatro dos funcionários, como parte da antiga CPFL Cultura, e eu tive a sorte de ser convidado por ele.

 Diretor de teatro Abílio Guedes, na Cia CPFL de Teatro desde de seu surgimento


Diretor de teatro Abílio Guedes, na Cia CPFL de Teatro desde de seu surgimento

PM: De lá para cá, o que mudou?
A: É sempre um trabalho muito interessante. Tento transmitir um pouco do meu conhecimento nos mais de 50 anos de carreira no teatro. São 121 espetáculos como diretor e 30 como ator. Tento passar a eles tudo o que conheço e com isso também aprendo e me desenvolvo. A cada novo espetáculo, experimento coisas novas – o que é interessante para mim e para os atores da peça.

PM: Para quem vem assistir, o que esperar?
A: Procuramos sempre fazer o melhor. Claro, o elenco não é 100% profissional. Então existem restrições, afinal, são pessoas que saem do trabalho e ainda vêm para o ensaio. Tudo é desenvolvido com muita garra e vontade para fazer acontecer. É uma tragédia dramática, surrealista. Não é um espetáculo fácil. Há uma reflexão, uma obra de arte. É nessa meta que gostaríamos que o público viesse assistir.​

Os atores e colaboradores
Além da estreita relação entre o diretor Abílio Guedes com a Cia CPFL, algumas figuras também são partes fiéis destes 15 anos de história. Valtinho Froldi, assistente de direção, acompanha Abílio desde o início. A ex-colaboradora Maria Inês Travaglini, aposentada em 2011, também viveu e acompanhou o nascimento do grupo de teatro.

Portal Multi: Qual foi um momento marcante para você ao longo desses anos?
Maria Inês: O incentivo, através das leis de financiamento, transformou a atmosfera da companhia. O grupo foi se adaptando junto à Empresa e dentro de temas consonantes, evoluindo. Nenhuma empresa, nem em Campinas ou São Paulo, vive o que vivemos aqui. Elas não investem diretamente em cultura, principalmente a seus próprios colaboradores e, tampouco, com uma credibilidade tão grande. É motivo de grande orgulho.

Os atores-colaboradores da CPFL Energia também deram suas impressões.​ Confira!

PM: Por que você quis participar da Cia CPFL de Teatro?
Amanda Amaral: Porque vi um desafio que poderia contribuir para o meu desenvolvimento profissional. Sempre fui tímida, mas gosto de enfrentar esse obstáculo. Ir além dos meus limites, explorá-los. Vi a oportunidade de trabalhar a questão da oratória, exposição, sair da minha zona de conforto.

PM: Vocês cantam, dançam e atuam durante o espetáculo. Qual é o maior desafio?
Felipe Dalcin: Fazer tudo ao mesmo tempo! (risos) Por interpretar dois personagens, é ainda mais difícil. Dançar, atuar e interpretar, uma hora com expressão alegre e logo em seguida com uma triste, é desafiador. Tenho que mudar de personagem muito rapidamente.

​PM: Como você descreveria o seu processo de desenvolvimento como ator?
Luís Ricardo Vieira: Maravilhoso! É uma “brincadeira” de ser outra pessoa. Viver uma personagem, com características físicas e emocionais diferentes da sua, nos faz conhecer melhor a si mesmo e descobrir o quanto podemos acrescentar para o papel. O diretor, Abílio Guedes, sempre reforça o nosso monólogo interior – viver a personagem e esquecer a nossa realidade. Pensar e agir como ela, e não como si mesmo.​

PM: O que achou mais interessante neste processo?
Tatiane Lima: O desafio. Foi um trabalho bem intenso. Dissecamos o texto entregue por Abílio. Ele trouxe o personagem para dentro do papel de cada um, explicando-os. Trouxe o contexto da época e o que poderíamos trazer para a obra. O conteúdo estudado sobre a peça e sobre o próprio autor foi muito bacana.

PM: Como é interpretar a morte? A sua experiência em arte circense o ajudou?
Renan Marcoantônio:  É tudo muito novo. Bem diferente de tudo que já fiz na vida, mas estou gostando! Tudo é muito bem produzido e bem feito – em questão de cenário, parte técnica. A parte corporal foi um pouco semelhante ao circo, mas o ato de falar em público é totalmente diferente. Essa é meu maior aprendizado.​