Resgatando o simples em nossas vidas: vamos comer comida? | Luciana Ayer
Pode parecer estranho uma pergunta como esta, mas chegamos a uma era em que um gesto tão simples e inato quanto o de alimentar-se virou sinônimo de angustias, duvidas e confusões. Não há o que sofisticarmos com conceitos bioquímicos e fisiológicos complexos. Há que lembrarmos que comida é o que a natureza nos deu como um dos pilares de sustentação da nossa existência. E que nosso corpo, enquanto um ser vivo constituído de trilhões de células que usam como matéria prima as substâncias presentes nos alimentos, precisa de comida e não coisas comestíveis cheias de alegações duvidosas. Se focarmos na complexidade seremos capazes de achar que algo cheio de coisas sintéticas e que vem em uma embalagem colorida pode ser mais importante do que ingerir uma simples fruta. E assim vamos caindo na armadilha do consumismo, das ‘invenções de necessidades’, no conceito do ‘isso é fundamental para você’. Falamos em longevidade no mundo atual, porém, se não modificarmos agora o que estamos ingerindo e, principalmente, a forma como nossas crianças estão sendo alimentadas, talvez tenhamos que rever essa perspectiva.
Gravada no dia 18 de maio de 2012 em Campinas.