Trânsito e mobilidade nas metrópoles
Curadoria de Wagner Colombini Martins.
O transporte urbano de pessoas ainda caminha na contramão com rota de colisão prevista para os próximos 5 anos na maioria das grandes cidades brasileiras. O crescimento da frota de automóveis supera em muito o aumento do sistema viário.
Congestionamentos que aconteciam apenas em algumas vias centrais das grandes cidades nos horários de pico estão se generalizando com ocorrência em muitos corredores por períodos que já se estendem por duas horas ou mais pela manhã e no fim da tarde. Governantes e gestores, que antes evitavam o planejamento dos transportes para centralizar decisões, agora correm atrás dos técnicos da área em busca de soluções que atendam a demanda de transporte de pessoas e valorizem sua gestão.
Apesar do crescente uso de transporte não motorizado, com implantação de ciclovias, e das inovações da indústria automobilística em termos de redução das emissões de poluentes e até sua eliminação pelo uso de motores híbridos ou propulsão elétrica ou, as soluções para um transporte sustentável passam pela crescente priorização do transporte coletivo no uso do espaço urbano, assim como o aumento do investimento em sistemas de metrô.
Enquanto os sistemas de metrô aparecem como solução de amplo conhecimento público e alto investimento, os sistemas de transporte rápido por ônibus (Bus Rapid Transit, BRT) ainda são pouco conhecidos e representam opções viáveis para países em desenvolvimento com restrições financeiras. Porém a falta de conhecimento técnico sobre BRT tem resultado em sistemas mal planejados que, apesar das promessas de solução de baixo custo, acabam sendo caros e ineficazes, desgastando sua imagem e reduzindo suas perspectivas de maior utilização.
A composição de sistemas alimentadores, incluindo ciclovias e bicicletários junto às estações de transferência, integrados a sistemas troncais de maior capacidade (BRT e Metrô) é a solução que merece ser aprofundada. Essa proposta deve estar sempre acompanhada pelo pensamento de se evitar viagens, afinal o objetivo final de todos não é ser transportado e sim ter acesso. Assim deve se ter sempre em foco a necessidade de aproximar a moradia dos locais de trabalho, escola e comércio, assim como a organização de indústrias distribuídas, onde os trabalhadores possam trabalhar em casa, enquanto circulam apenas os insumos e produtos do seu trabalho.