Teatro infantil 2011
Por Renato Ferracini
Da mesma forma que espetáculos adultos, os espetáculos infantis devem ser pautados por uma pesquisa de linguagem específica voltada para essa faixa etária, não somente buscando o entretenimento, mas principalmente reformulando e ativando processos cognitivos, criativos, experienciais, poéticos, lúdicos e imaginativos. Todas essas linhas de base, ainda, devem estar voltadas para uma linguagem que toque as diretrizes contemporâneas da estética cênica que nao enxerga mais uma diferença gritante entre seus próprios limites clássicos conhecidos, a saber: o teatro, a dança, a contação de histórias, a música e as artes plásticas. Seria certo, portanto, salientar, que a linguagem de teatro infantil rizomatiza – ou deveria rizomatizar – a pesquisa cênica híbrida de cunho contemporâneo com os objetivos lúdicos, de potencialização cognitiva e expansão da imaginação que intensificam a sensibilidade de nossas crianças em um mundo, ainda, bastante pautado em uma formação tecnicista, exata e técnica. Não precisamos dizer que essa tarefa dos criadores do teatro de linguagem infantil é árdua e extremamente complexa, além de ser muitas vezes relegada a segundo plano seja pelos produtores dessa poética específica ou mesmo pelos organizadores que promovem suas mostras.
Essa curadoria buscará, portanto, trazer espetáculos que atentem para esses objetivos estéticos contemporaneos – que hibridizam linguagens – e também potencializam sensibilidades, gerando intensidades sensíveis, lúdicas e cognitivas.