Stravinsky e o violento parto da modernidade
Por João Marcos Coelho
O russo Igor Stravinsky (1882-1971) foi o grande parteiro da música do século 20 e o compositor mais decisivo do período. Se Schoenberg fez uma revolução com a música serial na segunda década do século, o russo foi um camaleão que abraçou todos os estilos e influenciou os rumos da música do século durante 50 anos, da estréia do “Pássaro de Fogo”, em 1910, até os “Movimentos para piano e orquestra”, de 1959. Foi polirrítmico, nacionalista russo, neoclássico, serial. Ele assumiu, sozinho e sucessivamente, quase todas as facetas estilísticas musicais do século.
Em quatro noites, faremos um passeio pelo maravilhoso mundo musical de Stravinsky, começando com o mito de Prometeu tal como os compositores o pensaram, de Beethoven ao contemporâneo Luigi Nono, passando por dois compositores-chaves do século 19: Liszt e Scriabin. Em seguida, mostraremos o “Pássaro de Fogo”, criação de 1910 que tornou o russo Stravinsky conhecido do público parisiense. Passaremos também por sua obra-chave de 1913, a “Sagração da Primavera”, que muitos consideram a obra-prima mais importante da música do século 20; e chegaremos até a “Sinfonia em 3 Movimentos”, de 1942/45.