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O pensamento de uma cidade melhor

O nome da palestra já levantava uma questão: Caos inexorável do trânsito ou momento de mudanças? O responsável por dar essa resposta se apresentou como um otimista e deixou claro que acredita que ainda há tempo. o engenheiro de transportes urbanos Orlando Strambi fez um levantamento do uso do tranporte nas grandes cidades dentro da série Trânsito e mobilidade nas metrópoles, de Wagner Colombini.

Ouça entrevista com Orlando Strambi

Segundo ele, o momento de Copa do Mundo e de Olimpíada no Brasil deve ser aproveitado para as melhorias devidas, mas não pensando somente nestes eventos, mas na continuidade. A mudança de vida rural para a urbana nas últimas décadas transformou as cidades. “Passamos de 10 % de população urbana em 1900 para uma estimativa de 75% em 2050. Precisamos tranformar as cidades em um lugar melhor pra viver, não temos como fugir dela”, afirmou o engenheiro.

Strambi reforçou a ideia de que o transporte tem que estar a serviço da cidade e que a acessibilidade é mais importante que mobilidade. “Ensino a distância, e outras mudanças causadas pelas tecnologias, vão evoluindo e diminuindo a necessidade de locomoção”, exemplificou. Dos meios de transporte abordados, o palestrante alertou para o descaso com quem vai a pé para o seu destino. “Um terço da população se locomove somente assim, mas isso é ignorado, basta ver nossas calçadas”.

A pergunta levantada por Strambi no final da palestra foi de como seria a cidade que todos gostariam de viver? “É isso que devemos nos questionar para as mudanças de São Paulo, por exemplo. A cidade vai mudar de qualquer forma, é melhor que nós pensemos em como queremos esta cidade. A questão não é a do transporte, é a da boa cidade.”