o invasor, de beto brant, e os sintomas do brasil entre muros
Filme de Beto Brant, homenageado do 12º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo, é destaque da programação do festival no Instituto CPFL
A narrativa do objeto intrusivo é um tema comum na obra de Beto Brant, cineasta homenageado neste ano pelo Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo, que pela primeira vez em 12 edições terá sessões também em Campinas, no Instituto CPFL.
Conforme escreve o psicanalista Christian Dunker no livro “Mal-estar, sofrimento e sintoma”, tema de uma série de debates do Café Filosófico CPFL em 2015, essa narrativa pode ser observada principalmente no filme “O Invasor” (2001), que na sexta-feira 28 será exibido às 17h na Sala Umuarama do Instituto CPFL.
O objeto intrusivo, segundo Dunker, induz uma situação de anomia decorrente do excesso de instrumentalização das relações. No filme, o personagem interpretado por Paulo Miklos é contratado para eliminar um dos sócios de uma construtora. “Executado o serviço”, prossegue Dunker, “ele reaparece no velório da vítima e depois na empresa, se faz introduzir na casa dos sócios, aproxima-se da filha deles, enfim, força uma situação na qual os muros e as cercas, invisíveis, são ultrapassados, produzindo um sentimento de insegurança que não decorre da potencial violência do invasor, mas de o agente de segurança particular retornar de forma visível e fora de controle”.
Veja o recorte do Festival que será exibido na programação do Cine CPFL.