Novos sons, velhos instrumentos – a revolução das novas técnicas instrumentais
Por Simone Menezes
Enquanto a revolução musical modernista é feita por momentos claros e pontuais tais como a proposta de organização atonal de Schoenberg, a explosão dos conceitos tradicionais de ritmo de Stravinsky, ou ainda o início das pesquisas em música eletroacústica de Varèse e Stockhausen; há um outro aspecto da música que sofreu uma revolução desde o inicio do modernismo e que não galgou uma bandeira própria mas acabou servindo para enriquecer todas as correntes musicais desde o modernismo até o mais contemporâneo.
Estamos falando da revolução timbrística, mais especificamente do desenvolvimento de novas técnicas instrumentais (extended technique). Estamos falando da busca por “novos sons” dos “velhos instrumentos”.
Este módulo trata disto. Propomos uma viajem pelos diversos instrumentos mostrando ao público um pouco do repertório e dos novos sons obtidos dos velhos instrumentos através da ampliação da forma tradicional de se tocar. Esta tendência possui uma gama riquíssima de repertório que vai desde seus primórdios na música impressionista de Claude Debussy até a música mais experimental de Arthur Kampella, mostrando ainda de relance seu uso nas tendências nacionalistas como em Edino Kriegger e no pop como em Jimi Hendrix.
Observamos que este tema é particularmente um dos mais ricos aspectos da música contemporanea, sendo também um dos mais experimentais e difíceis para o intérprete, visto a necessidade de dominar por completo as técnicas tradicionais para ampliá-las para as extended technique.