Música

novembro: improvisos e influências na música instrumental brasileira

texto por Carlos Calado, curador deste módulo

Diferentemente da cena da canção popular brasileira, que durante a última década tem se mostrado (com raras exceções) pouco inspiradora, a música instrumental criada em nosso país não só se renovou como vive neste século um período de produção intensa, diversificada e de alta qualidade.

Há quem prefira chamá-la de jazz brasileiro, já que se trata de uma vertente musical que utiliza com frequência o recurso inventivo da improvisação. Aliás, a influência do jazz tem se manifestado em nossa música instrumental, em maior ou menor medida, desde as primeiras décadas do século 20: de sambas e choros do pioneiro mestre Pixinguinha (1897-1973) à hoje cultuada obra do maestro e compositor Moacir Santos (1926-2006), que se radicou nos Estados Unidos.

Assim como nossa música instrumental desenvolve há décadas diálogos com o choro, com o samba e a bossa nova, sem falar nos ritmos regionais brasileiros, entre suas influências também está a da música erudita, tanto a clássica como a contemporânea. Essa profusão de referências caracteriza os quatro concertos desta série, que destaca alguns dos mais talentosos músicos e grupos da cena atual da música instrumental brasileira.

Carlos Calado é jornalista, editor e crítico musical, com mestrado em Artes pela USP. Atualmente colabora com os jornais “Folha de S. Paulo” e “Valor”, além de manter o blog Música de Alma Negra. É autor dos livros “Tropicália: a História de Uma Revolução Musical”, “O Jazz Como Espetáculo” e “Jazz ao Vivo”, entre outros. É editor e autor de coleções de CDs-livretos lançadas pela “Folha de S. Paulo”, como “Lendas do Jazz”, “Tributo a Tom Jobim” e “Grandes Vozes”. Foi curador de vários projetos musicais para o SESC SP.

 


Confira os concertos de novembro:

11 de novembro | sábado
20h00
Eruditopopular… sem regras

“Erudito popular… e vice-versa”, o título do álbum que o pianista Tiago Costa e o saxofonista e flautista Teco Cardoso lançaram em 2016, é revelador. Com um repertório eclético, que combina composições próprias e pérolas de Moacir Santos, Ernesto Nazareth e John Williams, o duo idealiza uma ponte entre o erudito e o popular – segundo Cardoso, sem assumir “grandes compromissos com as regras de nenhum dos mundos que ela une”.

Teco Cardoso – sax soprano e alto, flauta e flauta em sol
Tiago Costa – piano

25 de novembro | sábado
20h00
Sem preguiça, sem limites

O pianista e compositor fluminense, radicado em São Paulo, já apontou a preguiça dos que insistem em separar os universos da música clássica e da música popular. “Eles preferem que esses mundos sejam estanques”, comenta Mehmari, cujas composições já foram interpretadas por algumas das principais orquestras e grupos de câmara do país. Como solista internacional, tem frequentado conceituados festivais de jazz e salas de concerto.  

André Mehmari – piano

Serviço
Improvisos e influências: a música instrumental brasileira em grande fase
Curador: Carlos Calado
Local: Instituto CPFL (Rua Jorge Figueiredo Corrêa, 1632, Chácara Primavera, Campinas – SP);
Datas: sábados, 11 e 25 de novembro
Horário: 20h;
Capacidade: Auditório Umuarama: 162 lugares;
Classificação Etária: 14 anos/ Livre
Entrada gratuita, por ordem de chegada, a partir das 19h. Vagas Limitadas;
Informações: Instituto CPFL (19) 3756-8000