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Mesa-redonda fecha Retrospectiva FIC 2008 em São Paulo

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Acabou no dia 26 de março a “Retrospectiva FIC 2008 – Brasileiros e Esquecidos” em São Paulo. Para o encerramento do evento foi programado um debate seguido da exibição do filme Serras da Desordem. A mesa-redonda teve moderação do crítico de cinema Inácio Araújo, também responsável pela curadoria da mostra,  e participação da psicanalista Maria Rita Kehl e do cineasta Andréa Tonacci, diretor do filme Serras da Desordem.

Veja os trailers comentados pelo curador Inácio Araújo

Ao apresentar os convidados, Inácio Araújo lembrou o critério para a escolha dos filmes. O curador fez uma lista com sete produções que ficaram pouco tempo em cartaz e que mereciam uma segunda chance. “Existe uma desproporção muito grande de público entre os filmes no Brasil”, afirmou Inácio sobre a diferença de público entre os filmes nacionais que fazem sucesso de bilheteria e aqueles que são “esquecidos”.</p> <p>O diretor de <em>Serras da Desordem</em> falou ao público sobre seu processo de filmagem, que durou três anos de convívio com os índios protagonistas do filme. Andréa Tonacci contou que as conversas com o personagem principal, Carapirú, foram traduzidas três vezes, e cada uma com um significado distinto. Com base nos relatos de Carapirú, o diretor afirma que o resultado final de sua obra “espelha minhas angústias mais do que o conhecimento do outro”.</p> <p>Andréa já havia convivido com índios. “A experiência com filmagem indígenas ajudou na negociação”. O diretor ainda distribuiu uma cópria de <em>Serras da Desordem</em> e em algumas aldeias e se espantou com o fato de ter feito sucesso, já que ele fez o filme pensando no público de cinema. A produção de André se enquadra nas produções de baixo orçamento e teve financiamento público. Para ele, filmes desse tipo deveriam passar no Brasil inteiro.</p> <p>A psicanalista Maria Rita Kehl foi pontuando alguns aspectos de Serras da Desordem e o comparou com o filme <em>Corpo</em>, também presente na mostra. Para Maria Rita, o filme de Andréa mostra que “somos todos índios, eu não vejo diferença”.</p> <p>Na platéia, também estavam presentes Rossana Foglia e Rubens Rewald, os diretores de <em>Corpo</em>. Rewald agradeceu a presença de seu filme na mostra dizendo que estão em ótima companhia. Respondendo os apontamentos de Maria Rita, o diretor afirmou que seu filme mostra que “estamos todos mortos, seja pela relação de trabalho, experiência, corrupção constante”. Mas em <em>Corpo</em>, segundo ele, esta não é uma visão pessimista. Para o diretor, só há morte quando nos deixamos contaminar pela inércia.</p> <p>Antes do fim do debate, Andréa ainda explicou mais alguns pontos de seu filme após perguntas do público. A mostra de cinema prossegue em Campinas até o dia 31 de março.</p> <p>

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