atleta luis gustavo almeja quebrar barreira dos 70 m no lançamento do martelo
O jovem atleta do IVCL Orcampi, projeto que tem o apoio do Instituto CPFL, terminou 2018 em 4º do ranking brasileiro e segue em evolução em busca de uma vaga olímpica em 2024.
O lançamento do martelo, uma prova diferente que atrai pela técnica e a força exigidas do atleta, está na vida de Luis Gustavo Aguiar da Silva desde a adolescência. Luis Gustavo veio para o IVCL Orcampi, que conta com a parceria do Instituto CPFL, em 2017. Mas desde o início dos treinamentos, ainda na Praia Grande, mostra grande evolução ano a ano e já sonha em quebrar a barreira dos 70 metros na prova e estar nos Jogos Olímpicos de 2024.
Luis Gustavo nasceu na Praia Grande, litoral de São Paulo, em 10 de julho de 1996. Foi na cidade que começou a praticar esportes, na Escola Municipal Ronaldo Lameira Ramos, aos 12 anos, disputando os Jogos Escolares. Logo foi para o Super Escola, projeto da Prefeitura Municipal de Praia Grande – esporte de manhã e escola à tarde ou vice-versa.
“Comecei a frequentar a pista, a treinar com o Flávio Cruz e, por ser maior do que os outros, fui fazendo arremesso do peso, disco e dardo. Num teste, fiz o martelo e ele achou que era a minha prova. Depois de dois anos no projeto, com 14 anos, comecei a praticar o lançamento do martelo.”
Aos 15 anos, Luis Gustavo bateu o recorde estadual do lançamento do martelo, com 53 m, em São Paulo. No Brasileiro de sua categoria, realizado na Sogipa, em Porto Alegre, quebrou o recorde Sub-16, com 56,40 m. “Ai me motivei a treinar mesmo para o lançamento do martelo”, comenta. Aos 17 anos, em 2013, na categoria Sub-18 (menor), fez 65,86 m e voltou a bater o recorde brasileiro.
No Sub-20 (juvenil) foi campeão brasileiro interclubes, vice no Brasileiro. O talento estava evidente e Luiz Gustavo juntou o dinheiro do Bolsa Atleta, programa do governo federal, e fez o seu primeiro camping com o treinador esloveno Vladmir Kevo, na cidade de Brecice, na Eslovenia, acompanhando o brasileiro Wagner Domingos, o Montanha, referência na prova.
Na categoria Sub-20 bateu o recorde brasileiro três vezes, com 67,70 m no Sul-Americano Juvenil de Cuenca, no Equador, e no Brasileiro Juvenil, com 68,50 m. Foi ao Pan-Americano Juvenil de Edmonton, no Canadá, e melhorou a marca mais uma vez, com 69,84 m.
Em 2016 veio a transição para a categoria adulta, ainda como Sub-23. Continuou evoluindo – chegou aos 60,50 m, quebrando a barreira dos 60 metros como adulto. Mais que isso se animou muito ao ver Montanha, companheiro de prova, qualificado para os Jogos Olímpicos do Rio numa competição em Slovenka Sistrica, na Eslovenia. “O Brasil estava numa Olimpíada no lançamento do martelo. Ele fez o índice e eu estava junto, presenciei isso. Me deu vontade de evoluir, mais vontade de treinar”, comenta.
Em março de 2017 chegou ao IVCL Orcampi. Passou a trabalhar com o técnico Sinval Oliveira e na companhia do também lançador Ralf Rei Airton de Oliveira. Foi 4º colocado no Troféu Brasil de Atletismo, com 62 m. “Até então o meu melhor num Troféu Brasil era o 9º lugar.” Terminou o ano em 4º no ranking brasileiro, com 63,84 m.
Melhorou sua marca pessoal cinco vezes em 2018. O ouro no lançamento do martelo no Brasileiro Sub-23 em 2018 e o bronze no Troféu Brasil, foram ainda mais estimulantes. Estava lançando 65,13 m em março e fez 66,35 m no Troféu Brasil. “Quero quebrar a barreira dos 70 metros e buscar mais uma medalha no Troféu Brasil de 2019”, disse Luiz Gustavo.
Em sua rotina diária concilia o atletismo e a vida de universitário, em Campinas – ganhou bolsa por estar do IVCL Orcampi e cursa Educação Física na Faculdade Anhanguera. Disse que sua presença na universidade aumentou o interesse dos colegas pelo lançamento do martelo, ainda uma prova não popular por aqui.
Mas isso vem mudando e o Brasil evoluiu. Cinco atletas lançaram acima dos 65 metros em 2018, segundo o ranking da Confederação Brasileira de Atletismo – Luis Gustavo, em 4º lugar no ranking, mais Wagner Domingos, Montanha (1º), Allan da Silva Wolski (2º), Ralf de Oliveira (3º) e Alencar Chagas Pereira (5º). “ Houve um crescimento do lançamento do martelo, a partir da evolução do Montanha e com a chegada de outros atletas”, comenta Luis Gustavo.
Com a rotina treino e faculdade mais competições não tem muito tempo para muitas atividades fora da pista, mas quando é possível gosta de estar com a namorada Alice, atleta do salto com vara. Os pais vivem na Baixada Santista.
“O Luis sempre foi um menino inteligente, estuda, fala inglês, assimila bem os treinos, é calmo, pondera as palavras e leva essa rotina de atleta e universitário muito bem. Não tem problemas extra pista, é excelente pessoa”, afirma o técnico Sinval Oliveira, do IVCL Orcampi.
“Treinava desde as categorias de base, de menor a juvenil, na Praia Grande. Teve toda a parte de desenvolvimento com o treinador Flávio, mas não mede esforços para melhorar. E até antes de vir treinar comigo já trabalhou também com o Vladmir Kevo. Tem uma bagagem grande no martelo para a sua pouca idade (22 anos). Vem se destacando na prova, é um atleta acima da média”, acrescenta Sinval.
No Troféu Brasil de 2018 Luis passou a ser o quinto atleta brasileiro de todos os tempos na prova. E isso abre perspectiva para a temporada de 2019 segundo avalia Sinval. “Estamos trabalhando para chegar mais próximos dos 70 metros, se possível superar, para no futuro, buscar índice olímpico.”
Afirma que a evolução segue aos poucos porque o lançamento do martelo é uma prova complexa, com treinamento bem específico e sistemático.
O martelo pesa 7.260 quilos (adulto). É um implemento formado por uma bola de metal presa a um cabo de aço com uma empunhadura na outra extremidade. O atleta tem de lançar o mais longe possível – é preciso técnica para repetir o movimento dos três giros – e o martelo tem de cair dentro de uma área delimitada no campo. O lançamento é feito em uma gaiola e em cima de um círculo de 2,13 m de diâmetro.
O IVCL Orcampi tem o apoio do Instituto CPFL, responsável pelas ações sociais, culturais e esportivas do grupo CPFL Energia, empresa incentivadora do desenvolvimento do Brasil pelo esporte.