Social

IVCL Orcampi é a “raiz” de Eduardo de Deus, campeão nos Jogos Sul-Americanos de Cochabamba

Atleta dos 110 metros com barreiras é nascido em Campinas, foi descoberto em competição escolar e sempre defendeu a mesma equipe

 

Eduardo de Deus, do IVCL Orcampi, foi um dos destaques da delegação brasileira que disputou os Jogos Sul-Americanos de Cochabamba, na Bolívia – a primeira competição multiesportiva do ciclo olímpico até os Jogos de Tóquio, em 2020, realizada entre os dias 26 de maio e 8 de junho.

O atleta do IVCL Orcampi, equipe que conta com o patrocínio da CPFL Energia e o apoio do Instituto CPFL, conquistou a medalha de ouro na prova dos 110 metros com barreiras com o melhor resultado de sua carreira (13s44). O jovem barreirista, que completará 23 anos em outubro, nasceu em Campinas e é Orcampi  “raiz” – foi descoberto em uma competição escolar em 2010 e, desde então, defende a equipe.

Eduardo conta que o atletismo surgiu em sua vida em 2010 (quando ele tinha 14 anos) graças à professora France Alencar, responsável pelas aulas de educação física na Escola Municipal Humberto de Sousa Mello. “Eu nem sabia o que era atletismo, nunca tinha visto. A professora France levou a molecada para fazer uns testes e eu acabei ganhando tudo – as corridas de 50 m e de 600 m e o salto parado. Foi nesse teste que o professor Alex me viu e me chamou para treinar.”

Mas o atletismo não foi amor à primeira vista. E, para piorar, a grande distância entre a casa de Eduardo e a pista da Unicamp, onde antes treinava a equipe, era um desestímulo. “Eu achava que treinar não ia dar em nada. E a pista era longe demais, então eu só uma ou duas vezes.” Mas o destino deu uma ajudinha para o futuro atleta: o IVCL Orcampi passou a treinar, ainda em 2010, no recém-inaugurado Centro Esportivo de Alto Rendimento, o CEAR, no Swiss Park. “Aí eu não tinha mais desculpas: a equipe mudou para onde treina hoje e eu moro a 20 minutos”.

Fotos: Osvaldo F./Contrape

Fotos: Osvaldo F./Contrape

Eduardo reconhece, entretanto, que não foi apenas a proximidade que o convenceu a apostar no esporte. “A professora me deu uma dura, porque eu não botava muita fé no atletismo. Mas ela me pegou de canto, falou um monte de coisas e disse: ‘Vai em frente porque você é bom!’”.

O futuro medalhista passou a ser orientado pelo técnico Alex Lopes, com quem acabou se especializando nas provas de barreiras – corria as provas de 400 metros e de 110 metros. Em 2012, Eduardo já passou a aparecer no ranking nacional da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), ainda como integrante da categoria sub-18.

No ano seguinte, disputou seu primeiro Troféu Brasil, a principal competição de clubes do Brasil, como atleta do IVCL Orcampi. E, ainda em 2013, participou de sua primeira disputa internacional – foi vice-campeão nos 110 m com barreiras e medalha de bronze nos 400 metros com barreiras no Campeonato Sul-Americano Juvenil, realizado em Resistência (ARG).

Consagração na altitude boliviana

Em 2015, Eduardo mudou-se de Campinas para São Paulo (e, posteriormente, para São Caetano do Sul, onde vive atualmente) e passou a treinar com o técnico Marcelo Lima. “O Eduardo teve um trabalho de iniciação fantástico com o Alex e já veio um atleta formado, e eu só fui trabalhando as devidas lapidações”.

Desde então, Eduardo passou a se dedicar apenas aos 110 metros com barreiras. “Eu dei preferência para essa prova porque ele é um atleta rápido e habilidoso em cima da barreira. Estamos colhendo bons frutos porque ele só vem evoluindo”, explicou Marcelo.

Os resultados comprovam essa evolução: em 2015, Eduardo correu a prova em 13s80. No ano seguinte, melhorou para 13s56 – o resultado lhe garantiu a medalha de prata no Campeonato Ibero-Americano do Rio. Em 2017, o barreirista fez a marca de 13s51, no Troféu Brasil, ficando a apenas 0s03 centésimos da classificação para o Mundial de Londres. E ainda ganhou o ouro no Campeonato Sul-Americano de Assunção, no Paraguai.

Nos Jogos Sul-Americanos, Eduardo já esperava bater novamente o seu recorde pessoal. O desafio era superar os 2.560 metros de altitude de Cochabamba. “Eu já esperava um bom resultado por causa dos treinos. Quando cheguei à Bolívia, ficava cansado muito rápido. Mas me adaptei e, na semifinal, corri 13s57 – foi a melhor semifinal que eu já fiz e fiquei super confiante”.

O resultado de 13s44, que lhe garantiu o ouro, coloca Eduardo como o 22º melhor atleta do ranking mundial dos 110 metros com barreiras. Após os Jogos Sul-Americanos, o barreirista seguiu para a Europa – ficará entre Portugal e Espanha para competir. E o objetivo, claro, “é melhorar ainda mais”.

O IVCL Orcampi tem o apoio do Instituto CPFL, responsável pelas ações sociais, culturais e esportivas do grupo CPFL Energia, empresa incentivadora do desenvolvimento do Brasil pelo esporte.