CPFL Jovem geração

Instituto Anelo realiza festival Transforma 2020 nos dias 30 e 31

Evento no formato virtual será nos dias 30 e 31 de outubro com transmissão pelo Youtube

O Instituto Anelo, associação sem fins lucrativos que oferece aulas gratuitas de música no distrito do Campo Grande, em Campinas (SP), realiza, nos dias 30 e 31 de outubro, seu primeiro festival, o Transforma 2020 – Música & Cidadania. O evento, apresentado pelo Ministério do Turismo e pela CPFL Energia, integra as comemorações pelos 20 anos do Anelo e, devido à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), será totalmente online, com transmissão aberta ao público pelo canal oficial do Instituto no Youtube. O projeto Instituto Anelo: Música e Cidadania – Plano Anual 2020, tem como patrocinadora master a CPFL Energia, por meio de parceria com o Instituto CPFL.

O objetivo do Transforma 2020 é oferecer a alunos e à comunidade em geral o contato com artistas, músicos e profissionais de reconhecida atuação no cenário artístico nacional e internacional por meio de videoconferências ou workshops, com duração de 90 minutos no máximo. Serão abordados três temas por dia, sempre com um convidado especial, tendo como mediadores professores e colaboradores do Instituto Anelo. A programação diária será finalizada com música.

De acordo com o fundador e coordenador geral do Instituto, Luccas Soares, o Anelo começou a projetar a realização do próprio festival após o início da parceria com o Arcevia Jazz Feast, na Itália, seminário anual de jazz e improvisação do qual a instituição campineira participa desde 2015. E nada melhor do que dar início ao sonhado projeto no ano do vigésimo aniversário do Anelo.

Outro fator determinante para que o Transforma saísse do papel, segundo Luccas, foi que, pela primeira vez, o Anelo iniciou o ano com dinheiro para concretizar o projeto – o festival faz parte do Plano Anual 2020 do Instituto, que tem a CPFL Energia como patrocinadora master, via Instituto CPFL, e também a Unimed Campinas como patrocinadora, ambas via Lei Federal de Incentivo à Cultura.

A ideia original, segundo Luccas, era a de que o evento fosse presencial, no Jardim Florence I, onde fica a sede do Anelo, com a participação, inclusive, de convidados internacionais. “Na Itália, tanto alunos quanto professores têm muita curiosidade sobre a música brasileira e demonstram muita vontade de conhecer o Anelo e ter uma experiência com a nossa música aqui”, diz, lembrando que o festival italiano é um modelo para o Transforma. Mas, com a Covid-19, o formato do festival foi adaptado para os tempos de pandemia. “Optamos por fazer o evento online, com a expectativa de que no próximo ano ele seja presencial”, afirma o coordenador geral.

Temas

Em sua primeira edição, o Transforma abordará temas diversos, tais como “Educação Musical Infantil”, “Piano Popular Contemporâneo” e “Projetos Sociais: Desafios nos Tempos Atuais”, com a participação dos seguintes convidados: a percussionista e professora Amanda Caetano Giarelli; o pianista, compositor, produtor e arranjador Fábio Leandro; o cavaquinista e bandolinista Henrique Araújo; o produtor, compositor e percussionista Ricardo Braga; a pianista, educadora musical e empreendedora social Moana Martins; e o multi-instrumentista, produtor, arranjador e educador Webster Santos.

Outro convidado, o trompetista e professor Walmir Gil, participará da live “Que Instrumento é Esse? – Trompete”. Esse evento encerra a programação do primeiro dia do Transforma e inaugura a série de lives educativas promovidas pela Orquestra Anelo, maior grupo instrumental do Instituto Anelo, sobre os instrumentos que formam sua estrutura.

Ainda na parte musical, o Transforma 2020 terminará com o lançamento do quinto vídeo da série Orquestra Anelo em Casa, com a música “O Canto da Ema”, composição de Jackson do Pandeiro com arranjo de Guilherme Ribeiro e interpretação do quinteto de saxofones da Orquestra, formado por Edmilson Santos (sax soprano), Marcelo Louback (barítono), Matheus Soares (sax tenor), Tércio Pereira (sax alto 1) e Vinicius Corilow (sax alto 2), com participação de Filipe Lapa na zabumba.

Guilherme Ribeiro, diretor e curador do Transforma 2020, conta que, no “redesenho” do festival, buscou por temas que poderiam ser melhor abordados por videoconferência e que se relacionassem com a realidade e as demandas do Instituto Anelo, citando como exemplo a educação musical infantil, tema da conversa com Amanda Caetano. “O Anelo atende muitas crianças e a gente tem a necessidade de conhecer outras pedagogias, de questionar se o que fazemos está no caminho correto e apresentando um bom resultado. A presença da Amanda vai trazer uma pincelada de diferentes abordagens sobre a musicalização infantil.”

Do ponto de vista do projeto social, ou seja, para ajudar a entender o que é o Instituto Anelo e que tipo de iniciativa ele pode oferecer para a comunidade, Guilherme convidou Moana Martins, coordenadora do projeto Orquestra nas Escolas, do Rio de Janeiro. “Ela tem muito a oferecer porque coordena um projeto social muito grande. Dividir essas experiências vai ser muito legal, estou com uma expectativa bem grande para essa videoconferência com a Moana.”

Em relação aos demais convidados, Guilherme diz que Webster Santos tem um trabalho do qual gosta muito, o workshop “Música cura”. “Eu já assisti a esse workshop sobre a cura através da música, ou como a música colabora num processo de cura emocional. Acho muito oportuno, porque a gente está num momento muito delicado, que mexe muito com todo mundo emocionalmente e psicologicamente. E como o Instituto Anelo trabalha com música, imagino que será muito bacana”, disse, reforçando que será algo inédito no Instituto, que historicamente recebe músicos para tratar de temas essencialmente técnicos.

“Já o Henrique Araújo e o Fábio Leandro são dois grandes músicos pelos quais tenho muita admiração”, afirma o diretor. Segundo ele, são dois músicos jovens e negros com uma posição muito interessante na cena musical, sobretudo paulistana, mas que se reflete no resto do Brasil. Para Guilherme, cada um, no seu instrumento e no seu estilo (Fábio é mais voltado para a música instrumental que se relaciona com o jazz e a improvisação; Henrique atua no universo o choro), vai poder dividir sua experiência sobre como chegou ao lugar que ocupa hoje.

Ricardo Braga, por sua vez, é parceiro de palco e de estúdio de Guilherme Ribeiro – ambos acompanharam o grupo O Teatro Mágico, sendo que e Ricardo gravou no disco “Tempo”, de Guilherme (o diretor do Transforma é pianista, acordeonista, compositor, arranjador e regente da Orquestra Anelo). Ricardo é oriundo do Recôncavo Baiano, com uma ligação muito forte com a linguagem da música afro-baiana. “Ele tem muito a colaborar com uma área que, no Instituto Anelo, ainda está crescendo, que é a percussão. A percussão em si é uma área gigantesca, que envolve tanto a música popular como a música erudita.”

Walmir Gil, músico experiente na cena de São Paulo, completa a lista de convidados. “Já trabalhei com ele em estúdio, escrevendo arranjos para discos. Ele é um cara muito prático, muito versátil dentro do estúdio, com uma experiência muito grande nas bandas e orquestras de São Paulo. Ele toca na Banda Mantiqueira. É um músico de outra geração, mais velho, e que vai colaborar para a divulgação que a gente quer dar ao trompete na primeira live da série educativa da Orquestra Anelo”, completa.

Currículo dos convidados

Confira abaixo um breve currículo dos convidados do festival Transforma 2020:

Amanda Caetano Giarelli – Professora da Escola de Música do Estado de São Paulo (Emesp) e do Projeto Guri Santa Marcelina, em São Paulo, é pós-graduada em Música Popular pelo Centro Universitário Campo Limpo Paulista (Unifaccamp). É bacharel em Percussão pela Universidade de São Paulo (USP) e formada em percussão e em regência pela Escola Municipal de Música (EMM-SP) em percussão onde foi aluna de Elizabeth del Grande. Também fez o curso técnico de Artes Cênicas do Senac Scipião (SP). Como percussionista, tocou em diversas orquestras, entre elas a Orquestra Sinfônica de São José dos Campos, a Orquestra Sinfônica de Santos, a Orquestra Sinfônica da USP (Osusp), a Bachiana Filarmônica e a Orquestra Sinfônica Heliópolis.

Fábio Leandro – Pianista, compositor, produtor e arranjador, iniciou seus iniciou seus estudos na Universidade Livre de Música Tom Jobim, atual Emesp, em 1997, onde estudou piano, harmonia, arranjo e orquestração. Gravou e desenvolveu trabalhos com: Ensemble Bissamblazz, no álbum Nativ (2009/2010); Projeto Coisa Fina, com o qual gravou o disco Homenagem ao Maestro Moacir Santos (2010); Rogério Botter Maio Trio, no álbum Sobre o Silêncio (2012); Thiago Espírito Santo, no disco Na Cara do Gol (2010); Keila Abeid, como produtor e arranjador do álbum Muito Prazer (2012);  Airto Moreira, no disco Aluê (2017); e Xênia França, no álbum Xenia (2017), entre outros.

Henrique Araújo – É professor e fundador da Escola de Choro de São Paulo e professor da Escola de Música do Auditório do Ibirapuera, em São Paulo. Cursou bandolim e cavaquinho na Universidade Livre de Música (ULM), atual Emesp e estudou composição e regência na Faculdade da Amazônia (FAAM). Ministra oficinas e workshops em festivais e instituições do Brasil e do exterior, com destaque para Berklee Percussion Festival (EUA, 2012), 6º Festival de Choro de Paris (2015) e 36º Festival de Música de Curitiba (2019), entre outros. Já acompanhou artistas como Nelson Sargento, Renato Teixeira e Zeca Baleiro, entre outros, e há 12 anos acompanha a cantora Fabiana Cozza.

Ricardo Braga – Produtor, compositor e conceituado percussionista de Salvador (BA). Iniciou sua carreira aos 17 anos, tendo tocado e gravado com grandes nomes como Lenine, Daniela Mercury, Gilberto Gil, Jammil e Uma Noites, Moreno Veloso, Ellen Oléria, Claudia Leitte, Margareth Menezes, Xênia França, Jorge Drexler (Uruguai), Silva, Duda Beat, Mariana Aydar, Orkestra Rumpilezz, Joshua Redman (USA), Carlinhos Brown, O Teatro Mágico, Anelis Assunção e Grupo Sambô, entre outros. Com alguns desses artistas realizou turnês e participou de festivais como Madrid Jazz Festival (Espanha), BMW Festival Jazz (Brasil), Jazz Fest Sarajevo (Bósnia) e Rock in Rio (2011, 2015, 2017), entre outros.

Moana Martins – Natural de Salvador (BA), atua há 20 anos como educadora musical e empreendedora social. É bacharel em Piano pelo Conservatório Brasileiro de Música (CBM-RJ) e especialista em Gestão de Projetos Culturais pelo Senac-BA. É mestranda em Etnomusicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com o tema de pesquisa “A música e os espaço-tempo para a formação humana”, uma etnografia sobre programa Orquestra nas Escolas, do qual é gestora desde sua implantação, em 2017. É uma das fundadoras do Som+Eu, no Morro da Providência, no Rio de Janeiro, primeiro projeto sociocultural do Instituto Brasileiro de Música e Educação (IBME), que promove vivências artísticas e educacionais para crianças, adolescentes e jovens de baixa renda.

Walmir Gil – Mestre em música pelo Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e bacharel em trompete pela Faculdade Mozarteum Paulista, ministrou oficinas de música em eventos como o Festival de Inverno de Campos do Jordão (SP), Oficina de MPB de Curitiba (PR) e Jazz Trumpet Festival JTF (SP), entre outros. Integrante e fundador da Banda Mantiqueira, nomeada ao Grammy 1997 pelo CD Aldeia e Latin Grammy 2007 pelo CD Terra Amantiquira. Lançou dois discos solo (Walmir Gil Passaporte e Walmir Gil Novas Histórias) e gravou e se apresentou com nomes como Cesar Camargo Mariano, João Bosco, Djavan, Fafá de Belém, Roberto Carlos, Milton Nascimento, Caetano Veloso e Paquito D’Rivera (este com a Mantiqueira), entre outros. É professor de trompete popular na Faculdade Mozarteum Paulista e na Escola do Auditório Ibirapuera, em São Paulo.

Webster Santos – Multi-instrumentista, produtor, arranjador e educador, é licenciado em Música pela Universidade Católica de Salvador. Com 30 anos de carreira, há mais de 20 anos vivendo na cidade de São Paulo, trabalha com vários artistas em shows e gravações pelo Brasil e exterior, tais como Zélia Duncan, Elza Soares, Chico Buarque, Zizi Possi, Leila Pinheiro, Tom Zé, Daniela Mercury, Zeca Baleiro, Mônica Salmaso, Vanessa da Matta, Chris Wells e Charlie Wood, entre outros. Em seu disco “Música Cura”, lançado em 2018, busca, por meio de estudos baseados no teor terapêutico da música unido à estética do instrumentista, chegar ao ouvinte de uma forma a entreter e ir no mais profundo de sua estrutura psicológica e emocional.

Serviço

Festival Transforma 2020 – Música & Cidadania – versão online

Quando: 30 e 31 de outubro de 2020 (SEXTA-FEIRA e SÁBADO)

Onde: Canal oficial do Instituto Anelo no YouTube (youtube.com/institutoanelooficial)

Programação:

30/10/2020 – Sexta-feira

10h: Projetos Sociais: Desafios nos Tempos Atuais, com Moana Martins

13h: O Choro da Metrópole, com Henrique Araújo

15h30: Percussão Afro-baiana, com Ricardo Braga

18h: Live educativa Que Instrumento é Esse – Trompete. Convidado especial: Walmir Gil

31/10/2020 – Sábado

10h: Música Cura, com Webster Santos

13h: Piano Popular Contemporâneo, com Fábio Leandro

15h30: Educação Musical Infantil, com Amanda Caetano Giarelli

18h: Lançamento do vídeo O Canto da Ema, com o Quinteto de Saxofones da Orquestra Anelo + Filipe Lapa na percussão

Mais informações: www.anelo.org.br