CPFL Jovem geração

Instituto Anelo: Pai e filhos unidos no aprendizado e no amor pela música

É comum a gente ouvir histórias sobre filhos que decidiram estudar nas mesmas instituições pelas quais seus pais passaram, sejam escolas de ensino fundamental, universidades ou até mesmo de cursos de artes e música. Porém, no caso da família Toledo Gomes, o que aconteceu foi justamente o contrário: o pai, Cleverton, ao acompanhar o aprendizado e a evolução dos filhos Christian e Kevin nas aulas do Instituto Anelo, decidiu ele próprio se matricular na instituição, uma associação sem fins lucrativos patrocinada pela CPFL Energia por meio do apoio do Instituto CPFL que há 20 anos oferece aulas gratuitas de música no distrito do Campo Grande, região noroeste de Campinas (SP).

Tudo começou assim. Natural de Guarulhos, cidade da Grande São Paulo, e há 14 anos morando em Campinas, no Parque Itajaí 3, Cleverton é um violonista e guitarrista autodidata que sempre tocou em igrejas – sua família é de tradição evangélica. Padeiro, confeiteiro e pizzaiolo por profissão, ele transmitiu sua paixão pela música para os filhos Christian e Kevin.

E há alguns anos, quando procurava por um espaço onde os meninos pudessem ter um aprendizado musical mais formal, foi apresentado por um colega de igreja ao Instituto Anelo. O colega em questão era o pianista Ricardinho Lucas, que na época era professor no Anelo. Pois Cleverton não teve dúvidas e confiou ao Instituto a educação musical dos filhos. Matriculou Christian na aula de escaleta e Kevin na de musicalização infantil – hoje, o primeiro é aluno de teclado e piano, e o segundo, de bateria e percussão. Ambos também participam da Prática de Banda, que incentiva o fazer música em grupo.

“Vi no Instituto Anelo uma oportunidade de crescimento para os meninos. O Anelo oferece muito respaldo e carinho”, afirma ele, que ainda guarda na memória uma frase dita por Luccas Soares, fundador e coordenador geral do Instituto, durante uma reunião de pais, sobre o que ele acreditava ser o segredo da aprendizagem: “Acompanhar o crescimento dos filhos”.

Cleverton, que já era um pai atuante no Instituto, presente em apresentações e participando de campanhas de arrecadação de fundos para ajudar no trabalho do Anelo, revela que foi essa frase o incentivo que faltava para que ele próprio se matriculasse na instituição em busca de uma oportunidade de ampliar os próprios conhecimentos – o Anelo é um projeto intergeracional.

Sua porta de entrada foi o coro Adulto. Posteriormente, por já tocar violão e guitarra, foi convidado a participar também da Prática de Banda. Aliás, esse conceito de fazer música em grupo hoje faz parte da rotina de pai e filhos em casa: semanalmente, Cleverton escolhe uma música para Christian e Kevin aprenderem de forma que os três possam tocar juntos.

Essa iniciativa, vale destacar, foi mais do que aprovada pelos garotos. “Acho muito bacana. Tocar sozinho, em si, é reconfortante, mas em família é muito bom. Eu me sinto à vontade, acho maravilhoso. Também é uma forma de não ficar com preguiça e estudar mais. O resultado é sempre da hora”, diz Christian.

Kevin, por sua vez, acha super legal tocar com o pai e o irmão e dividir com eles o processo de aprendizado. “Sempre que estou preso em algum lugar, sem conseguir aprender, eles me ajudam”, afirma. Para ele, a música significa alegria, emoção, e graças às aulas no Instituto Anelo conheceu estilos que hoje gosta muito, mas nem sabia que existiam, como o baião, por exemplo.

“Quando você aprende música, você aprende a linguagem universal. A música une as pessoas”, diz Cleverton, ao que Christian faz coro: “A música é um modo de viver que abre limites que não se alcançariam sem ela. Com a música você se comunica, ela te leva a lugares diferentes, a outros países, é mesmo a linguagem universal”, afirma o jovem pianista, que revela que estudar no Instituto Anelo o ajudou a superar a timidez para subir num palco e a perder o medo das pessoas. “Eu não gostava de conversar.”

 

Potencial

O apoio e o exemplo dados por Cleverton aos filhos no aprendizado musical é reconhecido pelos professores. “O Christian é um aluno com potencial para continuar crescendo musicalmente e, se for da vontade dele, seguir carreira na música”, diz o professor Leandro Canuto, que ressalta a dedicação do jovem aluno. “Ele sempre entrega muito mais do que peço nas aulas, ele traz conteúdo extra, estuda músicas novas, sugere repertório. E isso é muito bacana.”

Para Leandro, o incentivo que Christian tem em casa é muito importante. “A família dele inteira praticamente é envolvida com música. Ele tem quase uma banda em casa, o que deve ser muito legal. Ele pratica muito e a música está muito presente no seu dia a dia. É um aluno muito esforçado, muito dedicado, e isso se reflete nos resultados.”

Filipe Lapa, professor de bateria e percussão, diz que Kevin sempre foi um menino talentoso, tanto para absorver o conteúdo quanto para tocar. “Ele tem facilidade de executar. Nas aulas de percussão, ele sempre era aquele aluno que eu deixava meio de coringa e o colocava para tocar as coisas mais difíceis. Ele tem facilidade”, afirma.

Assim como Leandro, ele atribui a facilidade que Kevin tem para tocar ao fato de ele fazer parte de uma família musical. “Vem de berço.” Para o professor, também ajuda a família frequentar uma igreja. “A igreja é um lugar que dá a oportunidade para você tocar desde muito novo. É uma escola importante.”

E completa: “O Kevin tem essa capacidade de absorver o conteúdo e tem facilidade de execução. Mas eu diria que não é isso que se destaca nele. O que se destaca é ele ser esforçado, dedicado, inclusive nas aulas online durante a pandemia. Ele não é aquele aluno que tenta um pouquinho e já não quer mais, desiste. Ele se esforça até conseguir. É um aluno que pode ser um grande músico se quiser seguir a profissão.”

 

Um norte

Como pai, Cleverton acredita que o trabalho do Anelo dá um norte. Para ele, mesmo que seus filhos não se tornem músicos profissionais, no Instituto eles aprendem sobre princípios, sobre organização. “O Anelo não abandona a gente”, diz, lembrando, por exemplo, que quando as crianças faltam de maneira recorrente, os pais são procurados e cobrados sobre essas ausências.

Seu desejo é que o Instituto Anelo seja mais reconhecido pelo trabalho, que considera fundamental, e até mesmo se torne um modelo para instituições do gênero em outros bairros e comunidades. Por isso, destaca o papel importante de empresas que apoiam a instituição. “Pessoalmente eu gostaria de agradecer à CPFL Energia por acreditar no projeto, por acreditar na visão do Luccas Soares e na importância da cultura na vida das pessoas.”

 

Presente para a comunidade

Para Cleverton, o Anelo é um presente para a comunidade. “É um privilégio ter esse tipo de cultura com nível tão alto aqui no Campo Grande. É de suma importância”, diz ele, que elogiou a decisão do Instituto em transferir as aulas, durante a pandemia do novo Coronavírus (Covid-19), para o formato on-line.

“O Instituto Anelo montou uma estrutura bacana e mostrou jogo de cintura”, afirma. Principalmente, diz, levando-se em consideração a lentidão da internet na periferia de Campinas e o fato de muitos alunos não terem um notebook ou estudarem pelo celular. “Os professores têm muita paciência e respeitam o tempo de cada um.”

Cleverton afirma que se sente cuidado quando, em meio aos afazeres do dia a dia, tira um tempo para aprender música. “É um tempo de crescimento”, diz, ressaltando que é nessas situações que se conhece quem são os professores de verdade. “O Anelo soube se reinventar, o que pra mim foi muito bom.”

Em tempo: num futuro próximo, Cleverton espera ter realmente uma banda completa em casa – seu objetivo é que seus filhos mais novos, o casal de gêmeos Kimberli e Ian Lucca, de 4 anos, também estudem no Anelo. Ah! Sua esposa, Ana Paula, também é ligada à arte. Ela faz parte do grupo de dança da igreja que a família frequenta, a Reviva Church.

(Fotos: arquivo pessoal)