Café Filosófico
30
set

na tv: síntese da série ocidente e oriente em diálogo, com os filósofos antonio florentino neto e oswaldo giacoia jr, o dr em filosofia indiana dilip loundo, a cientista social rosana pinheiro machado e o monge budista joaquim shaku shoshin monteiro (especial 7° intercâmbio 2023)

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30/09 | sábado | 22h – inédito
Síntese da série Ocidente e Oriente em diálogo
Com os filósofos Antonio Florentino Neto e Oswaldo Giacoia Jr, o dr em filosofia indiana Dilip Loundo, a cientista social Rosana Pinheiro Machado e o monge budista Joaquim Shaku Shoshin Monteiro

Este programa traz uma visão geral da série que discutiu as proximidades e distâncias entre nosso mundo e o oriental; e nos convida a olhar um pouco mais de perto para estas culturas. 

Se por muito tempo Ocidente e Oriente se mantiveram como dois universos, distintos e inclusive, em alguns períodos da história, com suas relações rompidas, no século XX com a retomada das relações comerciais e diplomáticas, países como China e Japão se apropriaram, de forma rápida e eficaz, do legado técnico-teórico produzido pelo Ocidente até então. A Índia passou também a desempenhar um papel decisivo na reorganização geopolítica na passagem para este milênio. 

Mas será que é possível falar que o Oriente está se ocidentalizando? Suas tradições milenares: cultural 

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módulo: confúcio e a nossa vida

O espírito do confucionismo tem como valor central a prática da humanidade compartilhada . Tal tema é, em si, positivamente fundamental para o diálogo entre civilizações e para a construção de um modelo de ética global. Humanidade, para Confúcio, é o princípio supremo que governa a subjetividade, a auto-consciência e a auto-disciplina da moralidade.  

Praticar a humanidade é ser capaz de desenhar o paralelo de como tratar os outros a partir de si mesmo, buscando, assim, o aperfeiçoamento do eu através da ajuda na cultivação de outras pessoas 成己成人. Sendo assim, a ideia do “eu” é o centro, observada somente em sua constante extensão e transformação em uma rede múltipla de relacionamentos. 

A possível transformação social inflamada por atitudes individuais que cultivam a humanidade é fundamentada na crença do céu e no respeito pelo mandato divino 天命, que pode ser interpretado como transcedente, definitivo e religiosamente orientado. Mas, longe de definir a vida tendo como base uma forma inflexível de determinismo estipulado pelo mandato divino, os esforços de Confúcio na auto-cultivação do “eu” advocam pela concepção da liberdade humana de escolha  

Confúcio, contudo, traz em sua própria pessoa frustrações comuns derivadas do dilema que o “eu” ideal em relação com o “eu” possível traz. Então, a cultivação do “eu” possível, através do aperfeiçoamento do “outro” e visando a construção do mundo regido pela humanidade , evoca  a necessidade da prática de uma das coisas mais elementares das relações: a sinceridade 诚信. A sinceridade sobre quem somos e onde queremos chegar levando em consideração que a impossibilidade da perfeição é o que nos sustenta no caminho da prática da humanidade.