Música
21
out

misturando o erudito com o popular, com projeto b

  • instituto cpfl
  • 20:00

21/10 | 20h | Misturando o erudito com o popular

Com quatro discos lançados, o quinteto paulista tem construído um repertório que mistura música erudita contemporânea, música instrumental brasileira e jazz de vanguarda, com muita improvisação. Sua fonte de inspiração é o conturbado ambiente das megalópoles, onde a diversidade cultural convive com o caos urbano. “Não existe uma linha divisória entre a música erudita e a popular”, afirma o guitarrista Yvo Ursini.

PROJETO B: Yvo Ursini (guitarra), Leonardo Muniz (sax alto e tenor), Amilcar Rodrigues (trompete e flugelhorn), Maurício Caetano (bateria) e Henrique Alves (baixo).

Sala Umuarama (162 lugares). Entrada gratuita, por ordem de chegada, a partir das 19h. Vagas Limitadas (dois ingressos por pessoa). 

 

Projeto B. Foto: Marcos Bruvic

 

Programa

Alberto Nepomuceno (1864-1920)
Valsa III – moderato pesante (das Valsas Humorísticas op. 22)

Lorenzo Fernández (1897-1948))
Batuque

György Ligeti (1923-2006)
Musica ricercata

Alexander Mosolov (1900-1973)
The Iron Foundry op. 19 (Zavod/Machine Music)

Claude Debussy (1862-1918)
Des pas sur la neige (prelúdio em ré menor no. 6 do Livro I)

Charles Ives (1874-1954)
Impression of the “St. Gaudens” in Boston Common

 


Improvisos e influências: a música instrumental brasileira em grande fase

texto por Carlos Calado, curador deste módulo

Diferentemente da cena da canção popular brasileira, que durante a última década tem se mostrado (com raras exceções) pouco inspiradora, a música instrumental criada em nosso país não só se renovou como vive neste século um período de produção intensa, diversificada e de alta qualidade.

Há quem prefira chamá-la de jazz brasileiro, já que se trata de uma vertente musical que utiliza com frequência o recurso inventivo da improvisação. Aliás, a influência do jazz tem se manifestado em nossa música instrumental, em maior ou menor medida, desde as primeiras décadas do século 20: de sambas e choros do pioneiro mestre Pixinguinha (1897-1973) à hoje cultuada obra do maestro e compositor Moacir Santos (1926-2006), que se radicou nos Estados Unidos.

Assim como nossa música instrumental desenvolve há décadas diálogos com o choro, com o samba e a bossa nova, sem falar nos ritmos regionais brasileiros, entre suas influências também está a da música erudita, tanto a clássica como a contemporânea. Essa profusão de referências caracteriza os quatro concertos desta série, que destaca alguns dos mais talentosos músicos e grupos da cena atual da música instrumental brasileira.

Carlos Calado é jornalista, editor e crítico musical, com mestrado em Artes pela USP. Atualmente colabora com os jornais “Folha de S. Paulo” e “Valor”, além de manter o blog Música de Alma Negra. É autor dos livros “Tropicália: a História de Uma Revolução Musical”, “O Jazz Como Espetáculo” e “Jazz ao Vivo”, entre outros. É editor e autor de coleções de CDs-livretos lançadas pela “Folha de S. Paulo”, como “Lendas do Jazz”, “Tributo a Tom Jobim” e “Grandes Vozes”. Foi curador de vários projetos musicais para o SESC SP.