maria lugones e a crítica ao pensamento colonial, com maria clara dias
- instituto cpfl e youtube do café
- 19:00
18/11 | sex | 19h | inédito
maria lugones e a crítica ao pensamento colonial
com maria clara dias, professora
nesta palestra, pretendo apresentar as principais contribuições de maria lugones para a consolidação de um feminismo decolonial e, a partir desta matriz de pensamento, apresentar uma perspectiva de justiça capaz de romper com diversas formas de opressão, entre elas, a opressão especista. para tal, pretendo reconstruir o debate de lugones com anibal quijano, apresentando a expansão proposta pela autora à perspectiva decolonial – a crítica à colonialidade de gênero –, e as contribuições de julie greenberg, oyèrónké ̣oyěwùmí e paula gunn allen para sua defesa de um feminismo decolonial, interseccional. para concluir, pretendo acrescentar as formas de opressão elencadas pela autora, a opressão especista e defender uma perspectiva de justiça capaz de rompendo com paradigmas hierárquicos que oprimem indivíduos e grupos diversos, ao longo da nossa história.
série: filosofia, substantivo feminino
curadoria: nastassja pugliese
a história da filosofia como conhecemos nas antologias é marcada por inúmeras exclusões, sendo as mais marcantes aquelas de gênero, raça e localidade geográfica. recentemente a atenção de pesquisadoras tem se voltado para reparar este estigma limitante da prática filosófica, resgatando obras escritas por filósofas ao longo da história, e fazendo aparecer nomes importantes como: aspásia de mileto, temistocléia, hipátia de alexandria, cleobulina de rodes, lastênia de mantinéia, hidelgarda de bingen, cristine de pizan, heloisa, catariana de siena, oliva sabuco, teresa d’ávila, túlia d’aragona, sor juana inés de la cruz, ana van schurman, lucrécia de marinela, princesa elisabeth de boêmia, mary astell, anne conway, margareth cavendish, damaris marsham, emilie du châtelet, mary wollstonecraft, anna julia cooper, nísia floresta, francisca senhorinha da mota diniz, maria firmina dos reis, josefina álvarez de azevedo, simone de beauvoir, bell hooks, maria lugones, judith butler, oyèrónké ̣oyěwùmí. ou seja, com o olhar atento para os arquivos e bibliotecas procurando obras representativas, conclui-se, por evidências concretas, que mulheres sempre filosofaram. a presença silenciosa ao longo da história é, então, denunciada como uma ausência gritante — nos livros, nas antologias e nas narrativas filosóficas de modo geral.
para contextualizar o projeto de resgate das mulheres filósofas e os resultados transformadores que estão sendo alcançados, apresentaremos as contribuições de filósofas de diferentes contextos culturais e sociais e o debate sobre a construção do cânone da história da filosofia. começaremos com o impacto da filosofia de bell hooks para a educação, mostrando como a reflexão sobre a raça como marcador social transforma o campo teórico e a experiência educacional. depois teremos um debate sobre o conceito de mulher, marcadamente levantado por simone de beauvoir, para tratarmos da questão: de quem falamos quando falamos de mulheres pensadoras? na terceira palestra, refletiremos sobre a natureza da história da filosofia em uma reflexão sobre sua atualidade, o cânone e o lugar das mulheres filósofas na tradição. finalmente, o pensamento da filósofa latino-americana maria lugones será introduzido a partir de sua crítica à colonialidade, mostrando como essa crítica contribui para a expansão do conceito de justiça.
a proposta do módulo é (1) mostrar como a obra das mulheres filósofas é inserida em um debate histórico, (2) mostrar a importância das obras de filósofas de diferentes contextos e culturas e (3) mostrar como a produção de conhecimento filosófico feita por mulheres, têm efeitos positivos, tanto na filosofia quanto para além dela.