Café Filosófico
04
ago

somos o nosso clima, somos a nossa natureza, com josé antonio marengo orsini

  • instituto cpfl e youtube do café
  • 19:00

04/08 | qui | 19h | inédito
somos o nosso clima, somos a nossa natureza
com josé antonio marengo orsini, cientista

local: instituto CPFL | entrada gratuita, por ordem de chegada, a partir das 18h
e transmissão ao vivo, às 19 horas, pelo canal Youtube.com/cafefilosofico

o que precisamos aprender, como gênero humano, a partir de uma compreensão necessária e urgente de que o modo como nosso estilo de vida impacta o clima determina quão mais prejudicamos as futuras gerações e o nível de resiliência que precisaremos aprimorar para manter a espécie no planeta. há escolhas a fazer hoje. e elas pedem renúncias. como usamos água? como usamos energia? como fazemos a gestão dos nossos resíduos? como eliminamos o desmatamento? como nos deslocamos nas grandes cidades?

o que precisamos aprender, como gênero humano, ao fazer uma reconexão com os recursos naturais a partir da perspectiva de que somos extensão da natureza e, portanto, parte integrada dela, não meros usuários dos seus serviços ecossistêmicos. este movimento de reconexão começa a representar um valor das novas gerações (Millennials e Z), particularmente num mundo que deixa de ser rural para se tornar essencialmente urbano. a floresta em pé é uma ideia recente. há quatro décadas, o valor estava em derrubar florestas para dar lugar ao “progresso econômico.” o pagamento por serviços ecossistêmicos, o rastreamento de cadeias de valor e o consumo consciente são ideias recentes.

série: nossa cidadania terrena
curadoria: ricardo voltolini

as mais recentes conclusões do Painel de Cientistas do Clima da ONU colocam todos os inquilinos da Terra diante de um dilema que afeta o nosso destino comum: se foram nossos modos de produzir e consumir que levaram a um quadro preocupante de mudanças climáticas e, se somos, cada um de nós, na exata medida de nossas pegadas ecológicas, responsáveis pela situação, devemos ser também, portanto, protagonistas da mudança sob pena de atingirmos um ponto a partir do qual a própria existência humana estaria comprometida. o mesmo ocorre com a questão do consumo de recursos naturais. se considerarmos projeção feita pela WWF de que estamos retirando 25% a mais de recursos do que a Terra é capaz de repor, a dívida cumulativa em curso precisará ser quitada pelas próximas gerações. igual raciocínio se aplica ao cenário atual de aumento da desigualdade, da intolerância às diferenças e liberdades.
como alterar a rota num cenário de distopia? recorro a Edgar Morin a respeito de uma possível alternativa, ainda que utópica: tão importante quanto “valorizar a condição humana” –um dos sete saberes necessários á educação do futuro—é ensinar a “identidade terrena.” de acordo com o filósofo francês, será cada vez mais necessário abordar a complexa crise planetária atual “mostrando que todos os seres humanos, confrontados, de agora em diante, com os mesmos problemas de vida e morte, partilham um destino comum.”

para fortalecer a “nossa identidade terrena”, considerando o pensamento de Morin, será necessário aprendermos todos sobre a nossa “condição humana” (fazer com que os indivíduos assumam a consciência de sua identidade complexa e de sua identidade comum a todos os outros seres, compreendendo as relações entre o uno e o diverso), sobre a “ética do Gênero humano” (a Terra é nossa Pátria. Precisamos desenvolver as autonomias individuais, das participações comunitárias e da consciência de pertencer à espécie humana. precisamos que esta consciência se converta em vontade de realizar a cidadania terrena) e sobre a compreensão (a compreensão mútua entre os seres humanos, próximos ou estranhos é, daqui para a frente, vital para que as relações humanas saiam do seu estado bárbaro de incompreensão.)
em síntese, a ideia-força dos sete saberes de Morin (“nossa cidadania terrena”) pressupõe sermos o que escolhermos como destino comum.

serviço

onde: estúdio de gravação do café filosófico no Instituto CPFL
endereço: Rua Jorge Figueiredo Corrêa, 1632, Chácara Primavera, Campinas/SP
transmissão ao vivo: às 19 horas Youtube.com/cafefilosofico
classificação: 14 anos
ingressos: entrada gratuita