Live: O mal-estar da infância na contemporaneidade, com Daniel Becker
- youtube do café
- 18:00
07/04| qui | 18h | inédito
O mal-estar da infância na contemporaneidade
Com Daniel Becker, pediatra
A infância vem enfrentando situações cada vez mais opressivas, que vêm piorando nas últimas décadas, desde os anos 1980, com a ascensão do neoliberalismo, e que se agravou enormemente, ao final da primeira década deste século, a partir do surgimento da internet portátil e das telas clicáveis. a pandemia vem coroar esse “massacre” pouco visível que as crianças vêm sofrendo, e que segue se anunciando catastrófico e irreversível (porém mitigável) com a ameaça do colapso climático.
Partiremos de um amplo panorama desse conjunto de males ou situações opressivas com a intenção de abrir o campo para o desenvolvimento de temáticas específicas. Em primeiro lugar trataremos da questão da desigualdade social no brasil, de como ela se expressa e afeta a infância. em seguida, falaremos da precarização do vínculo parental na modernidade, com a “terceirização” absoluta do cuidado com os filhos, aí incluída a questão da parentalidade distraída – o uso do celular interferindo na conexão.
Seguiremos com as questões relativas à alimentação – não apenas da segurança alimentar dos mais pobres, mas da precariedade nutricional provocada pelo uso de ultraprocessados e agrotóxicos em excesso. passaremos, em seguida, ao tema do confinamento e o uso excessivo de telas – tv, tablets, celulares e videogames, com as consequências negativas que vêm sendo demonstradas, e agravadas com a explosão do uso durante a pandemia.
A vida escolar será abordada, tanto pelas consequências de sua longa interrupção na pandemia, quanto por sua obsessão conteúdista e de competitividade, modelo que dá pouco espaço para a individualidade e/ou para aquele que desvia, além de criar um excesso de deveres de casa e uma adultização precoce. Adultização agravada pela publicidade, modismos e consumismo que a impulsiona.
Por último, e como análise geral desse panorama, discutiremos o problema da medicalização excessiva da infância e da crise ambiental em suas consequências negativas para as crianças, procurando apontar para saídas que passam pelo investimento político e social na primeira infância; o vínculo renovado nas famílias; a mudança na educação; e a convergência saúde – sustentabilidade.