Café Filosófico
27
abr

gravação: perdas, mortes e dores: como organizar o sofrimento, com ivan capelatto

  • instituto cpfl e youtube do café
  • 19:00

27/04 | qui | 19h
Perdas, Mortes e Dores: como organizar o sofrimento
Com Ivan Capelatto, mestre em psicologia clínica de orientação psicanalítica, psicanalista pela clínica santa fé e clínica enfance, professor convidado para o curso de medicina da família e da comunidade da faculdade de ciências médicas da unicamp, palestrante e escritor.

Como se dá a organização do luto? O que as sociedades médica e psicológica propõem? Como orientar famílias, escolas e profissionais sobre a importância do luto? As sociedades humanas, dentro de sua diversidade de culturas, desenvolveu, ao longo da história, instrumentos para aliviar e compreender as dores geradas por perdas, principalmente a perda por morte do outro. Cultos, atos religiosos, pensamentos mágicos, fetiches e manias se demonstraram eficazes para o suporte da dor e da frustração daquele que sofreu a dor da perda por morte. Sabemos que o luto é uma necessidade fundamental para reorganizar a vida daquele que perdeu.

Também sabemos, por meio de mestres como Freud, Winnicott, Melanie Klein, Kubler-Ross e de outros mais presentes neste século 21, que a organização da dor-da-perda é uma necessidade protetiva para o psiquismo humano. Perdas são ausências deliberadas, acidentais ou previstas que, se não elaboradas e compreendidas em sua profundidade, poderão gerar algumas neuroses, doenças auto imunes, depressões e até psicoses (quando a ausência do luto promove a melancolia).

> Entrada gratuita no estúdio do Café, por ordem de chegada, a partir das 18h. Rua Jorge Figueiredo Corrêa, 1632, Chácara Primavera, Campinas/SP.

Série:
Café Filosófico CPFL 20 anos

Depois de 20 anos investigando modos de vida na contemporaneidade, qual agenda ainda faz sentido abordar? O que aconteceu no mundo nestes últimos 20 anos? O que mudou nas práticas de cuidado com nós mesmos, e de cuidado dos nossos vínculos com os outros e com o mundo? O que se passou em nossa vida pessoal, profissional? Em nossas relações amorosas, sexuais? O que se passou em nossa cultura de excessos? Como se transformaram nossos prazeres, angústias, anseios, esperanças?

Seria a conectividade um dos paradigmas do agora? Mundos conectados, áreas do conhecimento conectadas. Tudo hoje parece interligado em uma coexistência colaborativa. Conexão entre povos de diferentes culturas, entre humanos e natureza, entre humanos e não humanos. Conexão que transforma indústrias, serviços e seus ecossistemas, exigindo uma mudança profunda no gerenciamento e na governança. Conexão de sentidos, transversalidade, interdependência. Onde tudo e todos tornaram-se dados, capturados como nunca antes; dados que revelam os nossos comportamentos, os fluxos de nossos deslocamentos. Revelam o que pensamos, desejamos, e inclusive aquilo que estamos testemunhando. Como a conectividade vem afetando nossos entendimentos sobre temas tão importantes como amor, família, casamento, sexualidade, infância, adolescência, envelhecimento, morte?

Em 2023, o Café Filosófico CPFL se volta aos seus mitos fundadores: reorganizar o passado, entender o agora, apontar o futuro. Mesmo depois de 20 anos de intensa produção narrativa, não é possível renunciar à questão primordial: o que dá sentido às nossas existências? As respostas possíveis a essa questão não estavam prontas há 20 anos, e os apontamentos a que chegamos nesses últimos 20 anos, mudarão de direção nos próximos 20. Tudo é fluxo na filosofia, e na duração de nossa experiência. Uma vez mais é preciso coletivamente reconstruir, recompor e reavaliar respostas possíveis à pergunta primordial. É preciso simplesmente trocar ideias sobre nossas vidas, socializando nossas incertezas e desenhando um pouco melhor nossos enigmáticos autorretratos.