Café Filosófico
22
jun

gravação: o impacto das histórias na experiência de guerra vivida pelas crianças, com adriana carranca

  • instituto cpfl e youtube do café
  • 19:00

22/06 | qui | 19h
O impacto das histórias na experiência de guerra vivida pelas crianças
Com Adriana Carranca, jornalista, formada em jornalismo com mestrado em Políticas Sociais e Desenvolvimento, pela London School of Economics, da Universidade de Londres, e em Jornalismo com foco na cobertura de Política e Relações Internacionais, pela Universidade de Columbia, nos EUA. Foi pesquisadora bolsista do Instituto Reuters para Estudos do Jornalismo, na Universidade de Oxford, e do Projeto de Migração Global, na Universidade de Columbia.

Adriana Carranca falará sobre a sua experiência como repórter na cobertura de guerras, crises humanitárias e direitos humanos em mais de trinta países, seu processo de escrita para jornais, revistas e livros de não-ficção, jornalismo literário, o poder de contar histórias reais e sobre como conhecer histórias do mundo nos ajuda a enxergar, a compreender e a lidar com a nossa própria realidade.

> Entrada gratuita no estúdio do Café, por ordem de chegada, a partir das 18h. Rua Jorge Figueiredo Corrêa, 1632, Chácara Primavera, Campinas/SP.

Série:
Como fortalecer a mente infantil e juvenil numa era de incertezas

A Terra sempre se moveu na mesma velocidade, cerca de 1675 km/h, considerando um ponto no equador. No entanto, nunca sentimos essa velocidade – até agora. A percepção generalizada no mundo contemporâneo é que nunca estivemos tão velozes, acelerados e, para alguns, eficientes. Mas, desde quando velocidade, aceleração e eficiência são sinônimos de qualidade e bem-estar? Podemos estar em um carro rápido e tecnológico, mas para onde queremos ir? Qual é o destino que os passageiros almejam? Podemos estar em alta velocidade indo em direção ao abismo.

As novas gerações nasceram em um mundo de transformações diárias, onde o concreto se desfaz em nuvens que mudam de formato a cada instante. Vemos claramente as consequências desse afogamento digital e do esfarelamento das certezas: qual e como será o emprego do futuro? E a escola? E os relacionamentos? Como estará nosso meio ambiente no futuro? Haverá um futuro? Esse caldo de incertezas tem provocado uma epidemia de grandes proporções na saúde mental de crianças e jovens. Eles nunca tomaram tantos remédios psiquiátricos, e o nível de suicídio nunca foi tão alto entre esse público, principalmente entre os jovens (dados alarmantes divulgados pela Organização Mundial da Saúde – OMS), além de problemas nas escolas e universidades do mundo todo, como surtos de violência, desinteresse acadêmico e indisciplina recorrente.

Como podemos mudar esse quadro? Há esperança? Na caixa de Pandora, aberta por Epimeteu, irmão de Prometeu, depois de tudo de ruim que saiu e se espalhou pelo mundo, ficou lá encolhida a “Esperança”, aguardando ser convocada. Por mais que os antigos gregos desconfiassem do conceito de esperança, lembremos que eles adoravam uma tragédia, quem trabalha com crianças e jovens é impelido para a mudança e a transformação. E, como disse o escritor João Guimarães Rosa no livro “Grande Sertão: Veredas”, pela voz emocionada de Riobaldo: “Um menino nasceu, o mundo tornou a começar”.