Café Filosófico
12
set

gravação: ancestralidade e tradição – do brasil à china, com gil rodrigues

  • instituto cpfl e youtube do café
  • 19:00

12/09 | qui | 19h
Ancestralidade e tradição – do Brasil à China 

Com Gil Rodrigueseducador e professor de Tai Chi Chuan

O Tai Chi Chuan, desde dezembro de 2020, é patrimônio cultural imaterial da humanidade pela UNESCO, um reconhecimento que coloca essa arte marcial entre o conjunto dos saberes e as práticas humanas que geram sentidos de comunidade e continuidade.  

Segundo a UNESCO, para que se reconheça um elemento cultural como patrimônio imaterial, é importante que se trate de algo que perdura no tempo, “transmitido de geração em geração e constantemente recriado pelas comunidades e grupos em resposta a seu ambiente, à sua interação com a natureza e a sua história” 

Como arte marcial, o Tai Chi Chuan expressa princípios e valores da cultura tradicional chinesa, e sua transmissão se dá seguindo os preceitos Confucianos de família e relação mestre-discípulo. Conceitos como amor, humanidade, retidão e ritos são estruturantes e fundamentais para a compreensão do Tai Chi Chuan como manifestação cultural.   

Nesta palestra, a jornada de um brasileiro que se tornou discípulo de um mestre chinês nos leva ao coração do Tai Chi Chuan, ligando o Brasil à China de maneira única e inspiradora. Ancestralidade, tradição e pertencimento ganham concretude na experiência do corpo e na vivência dos princípios dessa prática que transcende fronteiras, fala de nossas próprias origens, oferece recursos para reconstruir o mundo e encontrar nele nosso lugar.   

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Sobre a série: TAI CHI CHUAN – arte corporal chinesa e o cultivo da vida
Curadoria: Gabriel Guarino de Almeida

Este módulo, intitulado “TAI CHI CHUAN – arte corporal chinesa e o cultivo da vida”, apresenta o Tai Chi Chuan em seu rico contexto cultural de criação e circulação; com foco na filosofia chinesa que alicerça sua compreensão como arte marcial, e nos princípios ensinados ao longo de sua transmissão entre mestres e discípulos, da China ao Brasil e do Brasil à China. 

Conectando aspectos históricos da civilização chinesa e conceitos filosóficos que os praticantes de Tai Chi Chuan vivenciam, o módulo se divide em dois encontros. 

No primeiro, exploramos a conexão do Tai Chi Chuan com a filosofia chinesa, especificamente aquela conhecida na China por daoxue, os Estudos do Caminho. Antropologia e Sinologia, nosso objetivo é compreendermos como a arte do corpo elabora a filosofia em seus movimentos, apontando para modo de conhecimento e cuidado com a vida. 

No segundo encontro, partimos da definição do Tai Chi Chuan como o patrimônio cultural e imaterial da humanidade (incluído na lista da UNESCO em 2020), indagando como a tradição chinesa de transmissão em família ganha dimensão global, à medida que praticantes de todo o mundo constroem seus próprios caminhos de aprendizado dessa arte. Nosso fio condutor é o percurso de maestria de um brasileiro que se tornou discípulo de um mestre chinês, na vivência dos princípios e virtudes que estruturam tal tradição chinesa.

Provocamos o público com as seguintes perguntas: pode uma arte tão profunda e aparentemente distante de nós, se tornar uma prática familiar e próxima de nossas vidas, no Brasil? Quais sentidos de ancestralidade se desdobram nesses caminhos? Qual sentido a noção de virtude marcial ganha nessas experiências? É comum ouvir que a arte marcial chinesa possui “uma filosofia por trás dos ensinamentos técnicos”; neste módulo, gostaríamos de mostrar como a filosofia, longe de ser um segredo oculto, é na verdade integrada à vivência do corpo em movimento e ao vínculo comunitário implicado na prática e aprendizagem do Tai Chi Chuan.