gravação: amor e luto na era digital, com gabriela casellato
- instituto cpfl e youtube do café
- 19:00
15/06 | qui | 19h
Amor e luto na era digital
Com Gabriela Casellato, psicóloga, doutora e mestre em psicologia Clínica pela PUC-SP. Co-fundadora do 4 Estações Instituto de Psicologia / SP. Especialista em intervenções psicossociais em situações de luto. Professora, palestrante, autora e organizadora de livros sobre o tema desta palestra.
A digitalização das relações humanas contemporâneas promove muitos desafios e oportunidades para a qualidade de nossos vínculos, bem como para nossa capacidade de enfrentar perdas e lutos. Como experimentar segurança afetiva num mundo cada vez mais volátil? Qual o papel da família, da escola, da imprensa, das autoridades governamentais e da sociedade como um todo na prevenção da saúde mental de crianças e adolescentes?
> Entrada gratuita no estúdio do Café, por ordem de chegada, a partir das 18h. Rua Jorge Figueiredo Corrêa, 1632, Chácara Primavera, Campinas/SP.
Série:
Como fortalecer a mente infantil e juvenil numa era de incertezas
A Terra sempre se moveu na mesma velocidade, cerca de 1675 km/h, considerando um ponto no equador. No entanto, nunca sentimos essa velocidade – até agora. A percepção generalizada no mundo contemporâneo é que nunca estivemos tão velozes, acelerados e, para alguns, eficientes. Mas, desde quando velocidade, aceleração e eficiência são sinônimos de qualidade e bem-estar? Podemos estar em um carro rápido e tecnológico, mas para onde queremos ir? Qual é o destino que os passageiros almejam? Podemos estar em alta velocidade indo em direção ao abismo.
As novas gerações nasceram em um mundo de transformações diárias, onde o concreto se desfaz em nuvens que mudam de formato a cada instante. Vemos claramente as consequências desse afogamento digital e do esfarelamento das certezas: qual e como será o emprego do futuro? E a escola? E os relacionamentos? Como estará nosso meio ambiente no futuro? Haverá um futuro? Esse caldo de incertezas tem provocado uma epidemia de grandes proporções na saúde mental de crianças e jovens. Eles nunca tomaram tantos remédios psiquiátricos, e o nível de suicídio nunca foi tão alto entre esse público, principalmente entre os jovens (dados alarmantes divulgados pela Organização Mundial da Saúde – OMS), além de problemas nas escolas e universidades do mundo todo, como surtos de violência, desinteresse acadêmico e indisciplina recorrente.
Como podemos mudar esse quadro? Há esperança? Na caixa de Pandora, aberta por Epimeteu, irmão de Prometeu, depois de tudo de ruim que saiu e se espalhou pelo mundo, ficou lá encolhida a “Esperança”, aguardando ser convocada. Por mais que os antigos gregos desconfiassem do conceito de esperança, lembremos que eles adoravam uma tragédia, quem trabalha com crianças e jovens é impelido para a mudança e a transformação. E, como disse o escritor João Guimarães Rosa no livro “Grande Sertão: Veredas”, pela voz emocionada de Riobaldo: “Um menino nasceu, o mundo tornou a começar”.