Exposição
13
set
até
02
dez

exposição: elas fazem arte

  • galeria de arte do instituto cpfl
  • 09:00

exposição: elas fazem arte
13 de setembro a 02 de dezembro de 2023

horários: segunda a sexta-feira, das 9h às 18h | sábado e feriados: 10h às 16h
ingressos: entrada gratuita
local: galeria de arte do instituto cpfl
endereço: rua jorge de figueiredo corrêa, 1632 – chácara primavera, campinas

realização: tv cultura e instiuto cpfl
curadoria: daniela bousso

agendamento de visitas guiadas:
email: [email protected]
tel/whatsapp: +55 11 93089-2483

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Três eixos principais dão vida a esta exposição.

O primeiro agrega trabalhos que dizem respeito às tendências abstratas da arte e compreende artistas como Tomie Ohtake, Cristina Canale, Marina Saleme, Tatiana Blass e Teresa Viana.

Com exceção de Tomie Ohtake, da primeira geração entre os artistas abstratos do final dos anos 1950, algumas artistas integram ações da chamada Geração 80 no Brasil, tendência esta que surge sob influência da Transvanguarda, de origem italiana, que cravou um retorno à pintura nos anos 1980 nas artes, seguida da Alemanha. Nesta mostra, as cariocas Adriana Varejão, Beatriz Milhazes e Cristina Canale, junto com a paulistana Leda Catunda, representam este segmento.

Esta volta à pintura, na Europa, visou superar as ações da arte conceitual – a qual muitas vezes suprimia o objeto fenomenológico – em prol de uma arte que respondia mais às exigências do mercado, que necessitava de objetos estéticos para a concretização de vendas.

No Brasil a pintura retorna em meados da década de 80, mas explode mesmo nos anos 1990, voltando-se a questões de materialidade e representação. Diferentemente das pinturas da Transvanguarda alemã, as artistas que emergem no final dos anos 1980 por aqui apresentam pinturas de colorido vivo e intenso, nas quais o pictórico é que dá o tom.

Ainda que por vezes aludam a paisagens, a pincelada e a cor é que traduzem o conteúdo e a mensagem em cada trabalho, quando ela de fato existe. As artistas Marina Saleme e Teresa Viana também integram este eixo inicial, ao trabalharem com aspectos formais da pintura e ao conferirem a ela aspectos subjetivos.

No segundo núcleo as artistas trabalham questões que se referem a cidades. Muitas vezes os cenários eram feitos ao vivo durante o Metrópolis. É o caso de uma das obras de Maria Bonomi, que convidou a dupla de grafiteiros Os Gêmeos para participar do trabalho. Bonomi normalmente trabalha com xilogravura, mas desenhou edifícios e árvores acinzentadas durante a gravação do programa e Os Gêmeos fizeram uma intervenção sobre a obra.

Mari Mats, Crica e Magrela e Sinhá trazem o universo da Street Art ou do Graffitti para a TV. São figuras feitas com spray e máscaras. Muitas vezes estas obras, realizadas no espaço urbano – em geral confeccionadas por artistas da periferia na calada da noite, em túneis, debaixo de viadutos ou em paredões de grandes avenidas – são condenadas ao apagamento e ao desaparecimento, tanto pela proibição das autoridades, como pela ação do tempo.

Ainda no escopo das cidades, a obra de Flavia Junqueira, que aloca balões em vários pontos da metrópole, nos remete às memórias de infância e evidencia um lugar inusitado, o Minhocão, que dá nome à obra exposta. Gê Viana, por sua vez, nos coloca diante de questões de gênero, hoje em destaque na pauta afirmativa do sistema da arte. A artista Suppa completa o clima das obras com a representação de casarios coloridos.

No terceiro eixo, as artistas têm uma abordagem mais ligada aos conceitualismos. Anna Bella Geiger, Amélia Toledo, Leda Catunda, Carmela Gross e Kimi Nii apresentam obras em variados suportes. Kimi Nii, tradicionalmente conhecida como ceramista, imprime conceito à técnica na medida em que cria um totem cerâmico que suprime a funcionalidade do objeto. Amélia Toledo apresenta um painel escultórico, rasgando o espaço e inundando-o de cromatismos azuis.

Anna Bela Geiger traz uma impressão serigráfica, enquanto Leda Catunda e Carmela Gross trabalham aspectos pictóricos a partir da perspectiva própria de suas obras. Enquanto Carmela experiencia a pintura, permanece afeita aos conceitos, recortes e materiais que delineiam a sua trajetória.

Leda Catunda, embora surja nos anos 80, apresenta um forte trânsito entre a Pop Arte e a arte conceitual, enquanto opera entre a figuração e os conceitualismos. Ao fazer uso da figuração, da colagem, do recorte e do colorido aproxima-se da Pop. E ao deixar a tela vazada e abrir outros espaços para o pouso do olhar, aproxima-se mais das especulações de Marcel Duchamp com seus Ready-mades.

Estas mulheres selecionadas no acervo da TV Cultura, configuram um recorte voltado não somente à presença das mulheres na arte, mas também a aspectos políticos, tal como nas obras de Anna Bela Geiger, Adriana Varejão e Beatriz Milhazes, aspectos estes que referenciam questões pós-coloniais e a história do nosso país. A coleção, criada a partir de critérios abertos a cada programa, configura um período da arte brasileira, entre os anos 1988 e 2023.

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artistas e obras

adriana varejão – título: contingente – 1998/2000
amelia toledo – título: labirinto de azul (da série cortes na cor) – 1992
anna bella geiger – título: o todo – 1974
beatriz milhazes – sem título – 1991
carmela gross – sem título – 1991
cristina canale – título: ilha das flores – 1990
flávia junqueira – título: minhocão, 1971 – 2019
gê viana – título: sapatona (da série sapatona) – 2020
kimi nii – título: coluna gove – 2007
leda catunda – título: flores – 1991
leda catunda – título: duas gotas – 2000
maria bonomi – (intervenção: osgemeos) – título: sem título – 2006
marina saleme – título: liquid paper – 2006
suppa – título: quotidiano – 1998
tatiana blass – título: curvim terra – 2007
teresa viana – sem título – 1996
tomie ohtake – sem título – 1991
crica – título: proteja a mata – 2018
mag magrela & sinhá – título: são paulo – 2010
mari mats – sem título – 2010