especial da semana das crianças: exposição elas fazem arte
- galeria de arte do instituto cpfl
- 10:30
especial da semana das crianças: exposição elas fazem arte
12/10
14:00h às 15:30h
Oficina: Cola com elas I Experimentações com colagem e desenho
Inspiradas nas obras da exposição “Elas fazem arte” as crianças serão convidadas às experimentações artísticas que combinam diversos elementos visuais, onde poderão criar novas imagens, objetos e outros elementos a partir das técnicas do desenho e da colagem.
Público: infantil de 05 a 09 anos + família
Vagas: 20 – inscrições pelo e-mail: [email protected]
13/10
I mediação: 10:30 às 11h
II mediação: 15:00 às 15:30h
Mediação: bolsa para crianças
A mediação de bolsa é uma visita especial! Nessa visita cada criança receberá uma bolsa cheia de objetos surpresas para serem utilizados durante a visita à exposição. Essa experiência poderá se transformar numa contação de histórias, caça ao tesouro ou até mesmo numa nova obra de arte.
Público: criança de todas as idades + família
14/10
14:00h às 15:30h
Oficina: Cola com elas II | Colagem e objetos
Inspiradas nas obras da exposição “Elas fazem arte” as crianças serão convidadas às experimentações artísticas que combinam diversos elementos visuais, onde poderão criar novas imagens, objetos e outros elementos a partir das técnicas do desenho e da colagem.
Público: infantil de 09 a 14 anos + família
Vagas: 20 – inscrições pelo e-mail: [email protected]
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Sobre a Exposição Elas Fazem Arte
Três eixos principais dão vida a esta exposição.
O primeiro agrega trabalhos que dizem respeito às tendências abstratas da arte e compreende artistas como Tomie Ohtake, Cristina Canale, Marina Saleme, Tatiana Blass e Teresa Viana.
Com exceção de Tomie Ohtake, da primeira geração entre os artistas abstratos do final dos anos 1950, algumas artistas integram ações da chamada Geração 80 no Brasil, tendência esta que surge sob influência da Transvanguarda, de origem italiana, que cravou um retorno à pintura nos anos 1980 nas artes, seguida da Alemanha. Nesta mostra, as cariocas Adriana Varejão, Beatriz Milhazes e Cristina Canale, junto com a paulistana Leda Catunda, representam este segmento.
Esta volta à pintura, na Europa, visou superar as ações da arte conceitual – a qual muitas vezes suprimia o objeto fenomenológico – em prol de uma arte que respondia mais às exigências do mercado, que necessitava de objetos estéticos para a concretização de vendas.
No Brasil a pintura retorna em meados da década de 80, mas explode mesmo nos anos 1990, voltando-se a questões de materialidade e representação. Diferentemente das pinturas da Transvanguarda alemã, as artistas que emergem no final dos anos 1980 por aqui apresentam pinturas de colorido vivo e intenso, nas quais o pictórico é que dá o tom.
Ainda que por vezes aludam a paisagens, a pincelada e a cor é que traduzem o conteúdo e a mensagem em cada trabalho, quando ela de fato existe. As artistas Marina Saleme e Teresa Viana também integram este eixo inicial, ao trabalharem com aspectos formais da pintura e ao conferirem a ela aspectos subjetivos.
No segundo núcleo as artistas trabalham questões que se referem a cidades. Muitas vezes os cenários eram feitos ao vivo durante o Metrópolis. É o caso de uma das obras de Maria Bonomi, que convidou a dupla de grafiteiros Os Gêmeos para participar do trabalho. Bonomi normalmente trabalha com xilogravura, mas desenhou edifícios e árvores acinzentadas durante a gravação do programa e Os Gêmeos fizeram uma intervenção sobre a obra.
Mari Mats, Crica e Magrela e Sinhá trazem o universo da Street Art ou do Graffitti para a TV. São figuras feitas com spray e máscaras. Muitas vezes estas obras, realizadas no espaço urbano – em geral confeccionadas por artistas da periferia na calada da noite, em túneis, debaixo de viadutos ou em paredões de grandes avenidas – são condenadas ao apagamento e ao desaparecimento, tanto pela proibição das autoridades, como pela ação do tempo.
Ainda no escopo das cidades, a obra de Flavia Junqueira, que aloca balões em vários pontos da metrópole, nos remete às memórias de infância e evidencia um lugar inusitado, o Minhocão, que dá nome à obra exposta. Gê Viana, por sua vez, nos coloca diante de questões de gênero, hoje em destaque na pauta afirmativa do sistema da arte. A artista Suppa completa o clima das obras com a representação de casarios coloridos.
No terceiro eixo, as artistas têm uma abordagem mais ligada aos conceitualismos. Anna Bella Geiger, Amélia Toledo, Leda Catunda, Carmela Gross e Kimi Nii apresentam obras em variados suportes. Kimi Nii, tradicionalmente conhecida como ceramista, imprime conceito à técnica na medida em que cria um totem cerâmico que suprime a funcionalidade do objeto. Amélia Toledo apresenta um painel escultórico, rasgando o espaço e inundando-o de cromatismos azuis.
Anna Bela Geiger traz uma impressão serigráfica, enquanto Leda Catunda e Carmela Gross trabalham aspectos pictóricos a partir da perspectiva própria de suas obras. Enquanto Carmela experiencia a pintura, permanece afeita aos conceitos, recortes e materiais que delineiam a sua trajetória.
Leda Catunda, embora surja nos anos 80, apresenta um forte trânsito entre a Pop Arte e a arte conceitual, enquanto opera entre a figuração e os conceitualismos. Ao fazer uso da figuração, da colagem, do recorte e do colorido aproxima-se da Pop. E ao deixar a tela vazada e abrir outros espaços para o pouso do olhar, aproxima-se mais das especulações de Marcel Duchamp com seus Ready-mades.
Estas mulheres selecionadas no acervo da TV Cultura, configuram um recorte voltado não somente à presença das mulheres na arte, mas também a aspectos políticos, tal como nas obras de Anna Bela Geiger, Adriana Varejão e Beatriz Milhazes, aspectos estes que referenciam questões pós-coloniais e a história do nosso país. A coleção, criada a partir de critérios abertos a cada programa, configura um período da arte brasileira, entre os anos 1988 e 2023.