a unidade entre o céu e a humanidade, com kelly ferreira (6º intercâmbio brasil >< china 2022)
- instituto cpfl e youtube do café
- 19:00
29/09 | qui | 19h | inédito
A unidade entre o céu e a humanidade
Com kelly ferreira, professora
A unidade entre o céu e a terra é a teoria de que o ser humano é parte integral da natureza. No confucionismo, o céu deixa de ter propriedades divinas para significar ordem natural de todas as coisas. Dessa forma, o mandato divino ganha a esfera humanista de humanidade que se submete à natureza e suas leis. A proposta do encontro é falar sobre o cancelamento do confucionismo no século 20 por conta de sua (suposta) tendência retrógrada e anti-revolucionária e por causa da má interpretação sobre o mandato divino. Também será falado sobre o resgate do Confucionismo no século 21 na literatura, nas artes e também na política.
Série Confúcio e a nossa vida
Curadoria de Calebe Guerra
O espírito do confucionismo tem como valor central a prática da humanidade compartilhada. Tal tema é, em si, positivamente fundamental para o diálogo entre civilizações e para a construção de um modelo de ética global. Humanidade, para Confúcio, é o princípio supremo que governa a subjetividade, a auto-consciência e a auto-disciplina da moralidade.
Praticar a humanidade é ser capaz de desenhar o paralelo de como tratar os outros a partir de si mesmo, buscando, assim, o aperfeiçoamento do eu através da ajuda na cultivação de outras pessoas. Sendo assim, a ideia do “eu” é o centro, observada somente em sua constante extensão e transformação em uma rede múltipla de relacionamentos.
A possível transformação social inflamada por atitudes individuais que cultivam a humanidade é fundamentada na crença do céu e no respeito pelo mandato divino, que pode ser interpretado como transcendente, definitivo e religiosamente orientado. Mas, longe de definir a vida tendo como base uma forma inflexível de determinismo estipulado pelo mandato divino, os esforços de Confúcio na auto-cultivação do “eu” advogam pela concepção da liberdade humana de escolha.
Confúcio, contudo, traz em sua própria pessoa frustrações comuns derivadas do dilema que o “eu” ideal em relação com o “eu” possível traz. Então, a cultivação do “eu” possível, através do aperfeiçoamento do “outro” e visando a construção do mundo regido pela humanidade, evoca a necessidade da prática de uma das coisas mais elementares das relações: a sinceridade. A sinceridade sobre quem somos e onde queremos chegar levando em consideração que a impossibilidade da perfeição é o que nos sustenta no caminho da prática da humanidade.
onde: no estúdio de gravação do Café Filosófico CPFL no Instituto CPFL
endereço: Rua Jorge Figueiredo Corrêa, 1632, Chácara Primavera, Campinas/SP
transmissão ao vivo: às 19 horas
classificação: 14 anos
ingressos: entrada gratuita, por ordem de chegada, a partir das 18h