Vícios ou Virtudes? (As virtudes capitais – Inveja e Ira. Limites, Adolescência: a delícia e a dor de ser mutante e A mulher, a vida sexual e o casamento: as mudanças das relações)- Paulo Gaudêncio
- 22:00
Se em nossa formação os sete pecados capitais foram incorporados como vícios que devem ser controlados ou até mesmo condenados, hoje eles são repensados com virtudes capitais.
Apresento reflexões sobre emoções como a Ira e a Inveja e proponho uma reflexão sobre o uso saudável dos sentimentos que elas despertam. A ira com a agressividade, que se mostra um combustível de nossa ação e sua repressão, que pode ser o desencadeador da ausência de limites. A inveja, do latim invidia, quer dizer olhar com malícia, que representa um desejo, mas não significa o que de fato se quer. O que eu invejo não é, necessariamente, o que eu admiro.
Entrar em contato, compreender o que desperta sua ira ou inveja pode trazer o aprendizado para o uso adequado da agressividade e a força mobilizadora de suas ações.
Gravado no dia 27 de abril de 2012 em Campinas
Adolescência era medida em anos. Da puberdade até a soldadura das cartilagens e pifisarias, isto é, dos 12 aos 18 anos. O progresso da medicina, desde a descoberta dos antibióticos, aumentou a expectativa de vida e especialmente da vida útil. Os postos continuaram a ser ocupadas por pessoas capacitadas e experientes. Isto criou um desemprego que chamamos de adolescência. Que atualmente começa antes da puberdade e vai até o fim da pós-graduação. Estamos aproveitando este período de desemprego para preparar as gerações novas, via pós graduação.
Um encontro para falar das mudanças e características da adolescência, das sensações de desconforto do crescimento físico, das emoções de agressividade, da afetividade, o medo, o aflorar da sexualidade, a descoberta das drogas…
Gravada no dia 20 de abril de 2012 em Campinas
A palavra que mais usei em meus textos sobre as mudanças ocorridas nos ajustamentos afetivo e sexual, nos relacionamentos, foi manutenção, porque a considero parte da etiologia. É composta de duas palavras: manu=mão e tenere=ter. Ter na mão. Quem mantém, tem na mão, quem é mantido está na mão de quem mantém. Essa foi a base da sociedade patriarcal. Até o advento da máquina, o animal necessário para o trabalho era o animal forte. Como o homem é mais forte que a mulher, trabalhava e a manutenia. Durante séculos.
A invenção da máquina igualou o jogo. A Segunda Guerra Mundial, levando os homens para frente de batalha e as mulheres para as fábricas, deu o tiro que iniciaria o fim dessa sociedade, desencadeando a enorme mudança de costumes que marcaram os anos 60 do século passado. A partir daí os ajustamentos mudaram. Mudaram os relacionamentos: homem e mulher, pais e filhos, relacionamentos profissionais. Mudaram os papéis: papel de pai, mãe, papel profissional.
Gravado no dia 13 de abril de 2012 em Campinas.
O Café Filosófico CPFL vai ao ar na TV Cultura às 22h.