22
maio

22/05 | sex | 19h | café filosófico cpfl ao vivo: É preciso ser feliz – o sofrimento na nossa cultura do sucesso, Com Maria Lívia Moretto

  • 19:00

café filosófico cpfl ao vivo de maio/15

módulo: mal-estar, sofrimento e sintoma

curadoria: christian dunker

freud propôs a expressão mal-estar na civilização para descrever as diferentes situações de impasse que nos fazem sofrer: o declínio natural do corpo, a imperfeição de nossas leis e as exigências internas de satisfação. o mal-estar não se revela uma situação passageira ou contingente, mas uma espécie de condição que temos que aceitar para existirmos, juntos neste mesmo mundo. a pergunta que rege este módulo é saber quais são os limites do sofrimento que devemos suportar e aceitar e quando é preciso agir para mudar o mundo ou para transformamos a nós mesmos? outra maneira de discutir este problema é observar como nossos sintomas, codificados, como a depressão, a ansiedade, a anorexia ou as adições tornaram-se formas de nos desresponsabilizar pelo desconforto e angústia que o mal-estar necessariamente traz consigo.  certos sintomas são mais adaptativos do que outros, assim como certas modalidades de sofrimento são mais visíveis ou mais intoleráveis que outras. há, portanto, uma política envolvida aqui, sobre como definimos os limites do suportável. há também uma história das formas de sofrimento e dos tipos “ideais” de sintoma, que tentaremos examinar em nossos encontros. o modo de sofrer que gerou o nascimento da psicanálise, há mais de 100 anos, será comparado com as nossas condições atuais e “brasileiras” pelas quais a equação entre mal-estar, sofrimento e sintoma pode ser redesenhada.  a importância deste tema não nos leva apenas aos modos de nos reconhecermos em nosso tempo e em nossa época, segundo nossa forma particular de sofrer, mas também nos convida a entender porque uma boa concepção sobre o sofrimento é ao mesmo tempo uma teoria de sua possível transformação: clínica e social.

22/05 | sex | 19h

É preciso ser feliz – o sofrimento na nossa cultura do sucesso                                                                       

Com Maria Lívia Moretto, psicanalista e professora da USP

A clínica psicanalítica é o reflexo – o espelho – da cultura, no sentido de que chegam ao psicanalistas as demandas relativas ao sofrimento que a eles lhe são endereçados, trazendo consigo o cerne das questões que envolvem não apenas o sujeito e o seu mundo, mas o sujeito no mundo.

Há uma relação intrínseca entre inconsciente, subjetividade e cultura, donde se parte do principio de que tanto a constituição subjetiva quanto as mudanças subjetivas se dão em um campo de alteridade, no laço social.

Para a psicanálise é fundamental o exame da relação que se estabelece entre as subjetividades e as mudanças da ordem social, econômica e politica de seu tempo. Se Freud era um crítico da cultura, as perguntas que aqui se colocam são: qual crítica fazemos da cultura que testemunhamos? O que acontece hoje – contemporaneidade – que não acontecia antes, influindo de modo decisivo na construção das subjetividades que se apresentam aos psicanalistas?

Se é válido perguntarmos sobre a validade de um sofrimento tipicamente contemporâneo no Brasil, comecemos por aí: como os sujeitos que buscam uma análise apresentam o seu sofrimento hoje? O argumento que orienta a discussão que se segue é que toda expressão de sofrimento traz em si uma demanda de reconhecimento, mas entre o desejo de reconhecimento e o reconhecimento do desejo, é preciso que examinemos de modo crítico a relação do sujeito com os ideias de sucesso, beleza, autonomia e autenticidade.

local: cpfl cultura (rua jorge figueiredo corrêa, 1.632, chácara primavera, campinas – sp);
data: 22 de maio de 2015;
horário: 19h;
capacidade: 180 lugares;
classificação etária: 14 anos;
transmissão online pelo cpflcultura.com.br/aovivo;
entrada gratuita, por ordem de chegada, a partir das 18h. vagas limitadas;
informações:  (19) 3756-8000 ou em www.cpflcultura.com.br;