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Curador da mostra de documentários explica o critério de seleção dos filmes

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O reflexo da Guerra ao Terror e o diálogo entre documentário e a ficção. Estes foram as duas características que guiaram o curador Amir Labaki para a escolha dos filmes presentes na mostra Retrospectiva DOC 2008 da CPFL Cultura.

Programação, sinopses e trailers
Retrospectiva DOC 2008
Balanço das mostras de cinema da CPFL Cultura
Debate sobre a classificação de filmes documentários
Mesa-redonda abre a Retrospectiva DOC 2008 em São Paulo
CPFL Cultura – Cinema apresenta em São Paulo mostras retrospectivas de cinema documentário e ficção

Amir Labaki, fundador e diretor do É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários, procurou ainda mostrar a diversidade do discuso contemporâneo no Brasil e no exterior. Leia abaixo o texto de apresentação da mostra e ouça ao lado a entrevista com o curador.

Apresentação Retrospectiva Doc 2008 da CPFL Cultura pelo curador Amir Labaki

No documentarismo internacional, as repercussões planetárias da Guerra ao Terror do desgoverno Bush. No brasileiro, o diálogo estreito entre o documentário e a ficção. São estes os vetores contemporâneos mais marcantes da produção não-ficcional.

Em ambos os casos, 2008 foi um ano de distanciamento. Na cena internacional, a superação da era Bush foi adiantada nas telas por uma recuperação da tendência intimista e confessional. No Brasil, se obras como “Serras da Desordem” continuaram a apostar no empréstimo de instrumentos da ficção pelo documentário e vice-versa, destacou-se a ampliação do leque estético com novos patamares de complexidade em vários subgêneros.

“O Aborto dos Outros” radicaliza o Cinema Direto. “O Tempo e o Lugar” problematiza o discurso confessional. Por sua vez, “Pan-Cinema Permanente” rompe com a tradição hagiográfica dos retratos.“Joy Division”, por seu lado, tanto ilumina a trajetória meteórica da banda britânica quanto a interpreta no contexto histórico da recuperação sócio-cultural de Manchester no auge da era Thatcher. Apesar dos pesares, o mercado cinematográfico nacional mantém-se mais generoso para com a produção documental brasileira do que para com a internacional.

Nos últimos três anos, cerca de um terço das estréias nacionais são de documentários, enquanto a marca estrangeira raramente ultrapassa a dezena. Nisso, 2008 não trouxe qualquer ruptura.