confira na íntegra as gravações do módulo grandes intérpretes para questões do século 21
grandes intérpretes para questões do século 21
curadoria | josé alves de freitas neto
módulo do café filosófico cpfl gravado entre os meses de março e abril de 2018
dividido em 8 encontros, este módulo propôs um olhar sobre pensadores e questões imprescindíveis para entender e enfrentar os impasses do nosso tempo. a partir de autores que marcaram a história da filosofia, da psicanálise e das ciências sociais, referências do século 20 e 21, intelectuais e pesquisadores brasileiros debateram sobre ideias e possibilidades de interpretação fundamentais para encontrar respostas para os modos de existir hoje.
o mundo, nestas quase duas décadas do século 21, parece ter se agigantado diante de nós, espalhando-se pelas redes e impactando a forma como nos relacionamos. as relações entre sujeitos e coletividades estão marcadas por profundas mudanças que demandam novas narrativas sobre o existir em meio a subjetividades transitórias e vínculos cada vez mais efêmeros.
curador ddo módulo, o filósofo e historiador josé alves de freitas neto e seus convidados convidam a revisitar os grandes intérpretes na busca por reflexões e possibilidades para o século 21.
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gravação: 09/03/2018
hannah arendt: a capacidade de julgar
com josé alves de freitas neto, historiador
a banalidade do mal é, de certa forma, uma advertência aos que supõem a existência de “monstros” humanos e procuram ocultar a percepção de que as pessoas comuns podem participar e produzir um mal extremo. o impasse entre a moral e política e as indiferenças em torno do outo, do reconhecimento da singularidade e da pluralidade, expõem a questão: onde reside a nossa capacidade de julgar?
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gravação: 16/03/2018
freud hoje: repensar a liberdade depois do inconsciente
com vladimir safatle, filósofo
a psicanálise trouxe uma noção renovada de inconsciente e as urgências contemporâneas têm nos mostrado as dimensões políticas dessa noção. uma das consequências fundamentais desse processo é a necessária reformulação do conceito de liberdade em um mundo onde a autonomia não parece mais ser vista como horizonte da ação racional.
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gravação: 23/03/2018
lacan: uma linguagem para o real
com christian dunker, psicanalista
o século 21 descobriu a importância da linguagem como condição e meio de produção de sujeitos, relações de poder, formas de ideologia e modalidades de desejo. ao tomar linguagem como figura maior da racionalidade e das trocas sociais, fomos levados a uma suspeita permanente sobre nossa apreensão da realidade. esta inquietude e tensão entre o real e a linguagem tornou-se questão fundamental para o psicanalista jacques lacan.
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gravação: 06/04/2018
michel foucault: a filosofia como modo de vida
com margareth rago, historiadora
a filosofia para michel foucault tem um sentido prático, pois ela busca oferecer um “diagnóstico da nossa atualidade” fundamentado na compreensão de como as diferentes formas de poder nos afetam. nessa filosofia ganham destaque as formas que visam a constituição de subjetividades éticas e as práticas da liberdade que se opõem a uma visão fascista da vida.
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gravação: 13/04/ 2018
sartre: política, ética e engajamento
com renato janine ribeiro, filósofo
a proposta deste encontro é refletir sobre três textos do filósofo do existencialismo: “as mãos sujas”, obra fundamental para pensar a política, e dois textos que se opõem em alguns pontos: “os comunistas e a paz”, de 1952, e “o fantasma de stalin”, de 1956, e discutir como a questão do engajamento continua merecendo ser discutida.
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gravação: 20/04/2018
judith butler: gênero e democracia na contemporaneidade
com yara frateschi, filósofa
é possível falar de democracia ignorando as novas configurações e debates sobre gênero? escritoras e ativistas como judith butler, nancy fraser, angela davis e seyla benhabib tem pautado discussões e questionamentos em torno de hierarquias e os modos de funcionamento das democracias contemporâneas.
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gravação: 23/04/2018
bauman: diálogo da segurança e do efêmero
com leandro karnal, historiador
a partir da aceleração do mundo, facilitada pelas mudanças tecnológicas, este encontro reflete sobre zygmunt bauman e a releitura do mal-estar da civilização de freud. entre os pensamentos dos autores houve a reflexão dupla sobre o poder destruidor da guerra e o poder de um novo ethos dado pela internet.
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gravação: 27/04/2018
bourdieu: cultura, capital simbólico e reprodução
com ana maria almeida, historiadora e pedagoga
qual o papel da cultura para interpretar as formas como se organizam as sociedades? as formas de dominação podem ser dissimuladas em torno de uma suposta participação e consentimento social e cultural? essas e outras questões que marcaram a obra de pierre bourdieu são úteis para pensar os desafios do século 21.